MP sobre subvenção do ICMS: Empresários do Nordeste buscam apoio parlamentar
O cenário fiscal brasileiro foi sacudido por uma Medida Provisória que tem suscitado preocupações nas empresas nordestinas.
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Essa MP, que propõe ajustes na tributação de empresas com benefícios fiscais ligados ao ICMS, modifica substancialmente uma decisão estabelecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os estados mais afastados das regiões Sul e Sudeste, que regularmente oferecem incentivos fiscais, estão no epicentro dessa turbulência.
Ecos do Setor Produtivo no Nordeste
“Esta medida, se implementada, poderá desmantelar o esquema produtivo do Nordeste, ameaçando sua competitividade”, pontua o deputado e relator da LDO 2024, Danilo Forte (União-CE).
O político lembra a relação simbiótica entre o presidente Lula e o Nordeste, salientando as potenciais consequências adversas no emprego regional.
Vozes da Indústria em Alerta
A Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) não ficou em silêncio diante da MP. Em um encontro com o deputado Danilo, os representantes industriais expressaram sua insatisfação com as mudanças propostas e planejam uma declaração formal de oposição.
Reações Políticas: Preocupações Além dos Partidos
André Figueiredo (CE), porta-voz do PDT na Câmara, ecoa um sentimento comum: “A MP pode trazer dificuldades sem precedentes para o Nordeste”.
Além dele, a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) também se manifestou, indicando que a proposta vai além do que foi estabelecido pelo STJ, especialmente no que diz respeito às análises da Receita Federal.
Insights da FPE sobre a MP
A FPE, após reunião com Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal, publicou uma nota que traz luz sobre a complexidade da situação:
“O panorama econômico pode ser duramente afetado, sobretudo para empresas que já estavam se adaptando às diretrizes anteriores do STJ.”
Visão Financeira: Metas de Arrecadação
Uma das metas centrais da Fazenda, com a implementação da MP, é alcançar uma arrecadação extra de R$ 35,3 bilhões em 2024, alinhada à estratégia de obter déficit primário nulo.
Revisitando o STJ: Entendendo a Controvérsia
Retornando a 2017, o STJ havia estabelecido parâmetros específicos para a tributação de certos incentivos fiscais.
Contudo, uma decisão subsequente em abril deste ano ampliou essa interpretação. Agora, com a MP, vemos uma tentativa de reformulação desse entendimento, trazendo novas nuances e restrições ao cenário.
Implicações Práticas da MP
Breno Vasconcelos, um renomado especialista em direito tributário, descreve a situação:
“Migraremos de um ambiente sem taxação para um modelo em que quase metade das receitas serão taxadas. Posteriormente, sob determinadas condições, pode haver uma recuperação parcial através de créditos fiscais”.
Repercussões e Estratégias Políticas
A introdução da MP surpreendeu muitos no cenário político, gerando descontentamento entre líderes de diversos partidos.
Fontes indicam que, caso o governo não adote uma postura proativa, a MP pode ser relegada ao esquecimento, especialmente sob a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).