Cheque especial: Entenda tudo e use de forma inteligente

Cheque especial
Fonte: Google

Você acabou sendo pego desprevenido com uma conta que surgiu de repente?

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Ou então os gastos com a fatura do cartão superaram o estimado?

Tudo bem, você tem o cheque especial disponível.

Assim, tão fácil quanto pareceu aqui. Mas será que é a melhor opção?

Isso, nada mais é do uma linha de crédito oferecida por muitas instituições financeiras para seus correntistas e que pode efetivamente parecer como uma boia no momento em que o seu barco está afundando.

É aquele limite de crédito pré-aprovado que aparece sempre que você consulta o app do banco e que acaba te tentando.

Apesar de inicialmente ser como uma luz no fim do túnel nos momentos de urgência, o cheque especial pode se transformar em uma grande furada quando usado sem responsabilidade.

Se você tem dúvidas sobre como realmente funciona o cheque especial e quer descobrir como usá-lo, você está no lugar certo.

Confira tudo o que você precisa saber sobre o cheque especial

Como funciona o cheque especial?

Apesar do nome, esse tipo de crédito oferecido pela instituição financeira para seus correntistas não tem absolutamente nada a ver com o talão de cheque como conhecemos.

O cheque especial é, na verdade, um limite de crédito pré-aprovado pelo banco, para que você use quando de fato precisar.

Quando o seu saldo acaba, você pode continuar sacando ou usando o seu cartão do banco com o valor X concedido pela instituição usando para isso o limite do cheque especial.

Por falarmos em limite, o limite do cheque especial se define individualmente para cada cliente e pode mudar de acordo com uma nova avaliação da instituição financeira.

Em termos práticos, quando você se torna cliente do banco e abre a sua conta-corrente, ao analisar vários fatores da sua vida financeira, a instituição financeira te informará que você tem direito a usar um determinado limite para o cheque especial.

Vamos supor que você tenha um salário de em média R$2.000 por mês, que cai religiosamente na sua conta.

Se você usar todo esse valor (que corresponde ao seu salário) e ainda precisar de um pouco mais dinheiro, você tem o saldo disponibilizado pelo banco – o que é chamado de “cheque especial”.

Quando o seu salário cair, o saldo na sua conta ficará menor imediatamente.

Usando o exemplo anterior, no próximo mês você verá que o valor ficará abaixo dos R$ 2 mil, pois a instituição cobrará o valor que você usou mais os juros proporcionais referentes ao período.

Qual a diferença do cheque especial para o empréstimo?

Mesmo que pareça a mesma coisa, existem muitas diferenças entre o cheque e o empréstimo.

A primeira delas é que o cheque especial é um “empréstimo pré-aprovado”.

Ou seja, caso o saldo da sua conta acabe, automaticamente você entra no cheque especial e pode usar esse limite concedido pelo banco.

Isso significa que você não precisará solicitar um empréstimo e enfrentar toda a burocracia envolvida no processo.

A segunda diferença é que no cheque especial o limite usado não pode ser parcelado como acontece no empréstimo.

Ele é quitado assim que o dinheiro cair novamente conta-corrente do seu solicitante, com o acréscimo dos juros e respectivas taxas bancárias – que, por sinal, são bem altas.

A terceira diferença entre eles diz respeito ao valor do crédito disponibilizado.

O cheque especial tem o seu cálculo baseando-se no comportamento financeiro de cada pessoa no momento do cadastro.

O empréstimo, por sua vez, na capacidade de pagamento do cliente de maneira parcelada, sem comprometer com isso mais de trinta por cento do seu salário.

Vantagens e desvantagens

A principal vantagem do cheque especial é a sua praticidade quando surgem imprevistos que necessitam de dinheiro mais rapidamente.

Mesmo que ele seja encarado como um “inimigo” do seu bolso, em um momento de aperto, ele pode indicar uma saída mais rápida e prática, visto que não necessitará de idas a agência e de tempo para o recebimento do dinheiro liberado.

O problema é que nenhuma facilidade vem de mão beijada, obviamente.

Entre as desvantagens do cheque especial, estão os juros e outras taxas bancárias cobradas pelo banco que merecem atenção.

Embora tenha ocorrido uma redução na taxa de juros anunciada pelo Banco Central, os valores continuam altos e fazem dele a opção de crédito mais cara, ficando atrás apenas dos cartões de crédito.

Por que os juros do cheque especial são tão altas?

Bom, como comentei acima, nem toda praticidade do cheque especial vem de mão beijada, e de fato não vem mesmo.

Então vamos lá, se você já precisou utilizá-lo deve saber que os juros são altíssimos e vira e mexe aparecem na televisão.

De fato, os juros dessa modalidade de crédito é elevadíssima, mas você saberia dizer por quê?

Para efeito de visualização da situação adequadamente os juros do cheque especial podem chegar a mais de trezentos por cento ao ano.

Isso mesmo, você não leu errado, trezentos por cento.

Enquanto isso, o empréstimo com garantia de imóvel costuma ter taxas em torno de apenas doze por cento.

Percebeu a diferença? E de acordo com as instituições é justamente por esse motivo que as taxas são elevadas, não há garantias no cheque especial.

Como o dinheiro já está ali, pré disponível para você usar quando quiser e precisar, o banco não tem com isso nenhuma garantia de que o valor será pago.

Para compensar eventuais casos de inadimplência as taxas são elevadas.

Infelizmente, essa não é uma prática isolada do cheque especial, pelo contrário na verdade.

Algumas opções de crédito acabam buscando nas altas taxas de juros uma maneira de combater a inadimplência e equilibrar o caixa.

Cuidados ao usar o cheque especial

A principal dica quanto ao uso do cheque especial é fazê-lo com inteligência e apenas quando realmente houver necessidade e não houver outras alternativas mais “demoradas” e igualmente mais burocráticas, por assim dizer, mas igualmente mais baratas as quais utilizar.

Solicitar o valor próximo ao dia do seu pagamento também é uma boa e resulta em menor taxa de juros.

Para evitar se afundar em dívidas, também é importante estar atento a outros detalhes:

  • Esteja ciente das tarifas cobradas pelo banco ao usa-lo (taxas de utilização, juros e outros).
  • Não utilize além do que você pode arcar no próximo mês.
  • Reduza o limite ao máximo necessário para evitar grandes dívidas.
  • Organize a sua vida financeira e fique de olho nos seus gastos mensais.
  • Comece a construir sua reserva de emergência para caso haja imprevistos você não venha a precisar usar o cheque especial ou empréstimos de qualquer natureza.

Agora que você conheceu como funciona o cheque especial e como usá-lo de maneira responsável, lembre-se de que ele não faz parte da sua renda mensal.

Corresponde apenas a um valor disponível para uso em caso de urgência.

Alternativas que você pode usar

Mencionei acima que você pode procurar alternativas um pouco mais burocráticas mas caso você já tenha caído no cheque especial uma opção é a troca da dívida.

Uma maneira de diminuir as taxas abusivas pagas é trocar dívidas alta carga tributária por dívidas com taxas menores.

Por exemplo, se você está enrolado com o cheque especial, tente fazer um empréstimo com garantia ou um empréstimo consignado.

Ambas as opções são alternativas com baixa taxa de juros e que pode te ajudar a cobrir o pagamento do cheque especial e a depender do valor liberado ainda ficar com um pouco na mão para a sua reserva ou fundo de emergência.

Você deve estar se perguntando agora sobre quais as vantagens em trocar uma dívida por outra.

Vamos lá, você vai reduzir as taxas que está pagando, vai sair do vermelho, vai conseguir guardar um pouco de dinheiro.

Dependendo do crédito feito vai ter parcelas mensais significativamente menores e poderá respirar mais aliviado. Ou seja, as vantagens são inúmeras.

No empréstimo consignado, o valor das parcelas é descontado diretamente do seu salário, basicamente como no cheque especial mesmo.

Contudo, os juros desse modelo de crédito é mais atrativo.

No caso do empréstimo com garantia, ele não é muito comum no país, por conta da insegurança, nesse caso é dado um bem que pode ser tanto a casa quanto o veículo, por exemplo, como uma garantia de que a dívida será paga.

Certamente você já deve ter visto na tevê a famosa hipoteca da casa.

Por Rafael Mansberger – Especialista em crédito – @rafaelmansberger – E-mail: [email protected]

Espera...