Setor aéreo sob pressão: Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) se distanciam da tendência da Bolsa
Em meio ao agitado mercado de ações do Brasil, as companhias aéreas enfrentaram uma maré de desafios nesta semana. Embora a Bolsa apresentasse uma performance geral positiva, as ações da Gol e Azul não seguiram o mesmo ritmo.
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Uma Breve Análise do Desempenho Atual
Na parte da tarde, por volta das 15h34, observou-se uma queda nas ações da Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), de 0,75% e 0,37%, respectivamente.
No pior momento do dia, essas ações tiveram um tombo superior a 2%. Entretanto, houve uma retração dessas perdas, coincidindo com a alta do Ibovespa.
A Recuperação das Companhias e as Mudanças Recentes
Nos primeiros seis meses do ano, ambas as companhias mostraram sinais de recuperação. No entanto, o cenário começou a mudar nas últimas semanas.
Especialistas apontam que o aumento no preço internacional do petróleo, que recentemente rondou os “US$ 90”, é uma das principais causas deste revés.
O Impacto do Querosene de Aviação
Compondo mais de 40% dos gastos das companhias aéreas, o querosene de aviação (QAV) teve seu preço reajustado recentemente. A Petrobras, no início do mês, anunciou um aumento de 21,4%.
Apesar disso, comparando com o início do ano, o QAV ainda apresenta uma queda acumulada de 17%, um número que já foi de 35% em junho.
Insights do Analista-chefe da VG Research
Luan Alves, da VG Research, menciona a mudança no cenário, enfatizando o esforço do mercado em ajustar suas expectativas.
Segundo ele, as aéreas tiveram um bom desempenho no primeiro semestre, graças a um dólar mais fraco e à retomada do tráfego aéreo. Contudo, as recentes oscilações no mercado desafiam essa trajetória positiva.
Mudanças nas Margens e Perspectivas Futuras
Apesar dos desafios, as companhias aéreas conseguiram expandir suas margens de lucro, graças a tarifas elevadas.
No entanto, com a escalada dos preços dos combustíveis, Alves prevê que essas empresas poderão enfrentar dificuldades para repassar esses custos. A compressão da margem de lucro é uma preocupação real.
Uma Perspectiva Sobre Gol e Azul
Ao comparar Gol e Azul, Alves tende a favorecer a última. A Azul, que opera predominantemente sozinha em 80% de suas rotas, tem uma vantagem competitiva, facilitando a implementação de reajustes de preços.
Mesmo com os desafios, a Azul ainda projeta uma geração positiva de fluxo de caixa em 2024.
A Visão de Outro Especialista
Enrico Cozzolino, da Levante Ideia de Investimentos, é otimista. Ele acredita que as iniciativas de corte de custos das aéreas, como a renovação de frotas, podem amortecer os impactos da alta dos combustíveis.
Um Olhar Atento às Ações no Decorrer de 2023
A Azul, até o momento, viu uma ascensão de mais de 22% em suas ações, oscilando entre uma baixa de “R$ 7” e uma alta próxima de “R$ 22”.
Por outro lado, a Gol experimentou uma retração de mais de 10%, com ações negociadas abaixo dos “R$ 7”, variando entre “R$ 5,03” e “R$ 13,53” no ano.
