Seca afeta tráfego de barcaças com milho do Brasil nos rios amazônicos, dizem agentes


Seca afeta tráfego de barcaças com milho do Brasil nos rios amazônicos, dizem agentes

Uma seca severa está afetando o tráfego de barcaças no rio Tapajós, na floresta amazônica, informaram as agências de navegação aos clientes nesta semana, num momento em que Brasil entra nos últimos meses da temporada de exportação de milho de 2023.

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“Devido à estação seca no rio Amazonas, a situação atual da navegação de barcaças no rio Tapajós está ficando restrita”, disse a agência de navegação Alphamar em uma nota aos clientes vista pela Reuters.

Os comboios de barcaças estão menores do que o normal e, em alguns casos, as barcaças estão reduzindo suas cargas em cerca de 50% para poderem navegar com segurança em alguns trechos do Tapajós, acrescentou.

A agência Cargonave disse aos clientes que o navio MV Bravery, que deveria ancorar no porto de Santarém para carregar milho no Estado do Pará, foi afetado.

“A improbabilidade de carregamento devido à falta de logística para abastecer o navio é algo real e relevante”, escreveu a Cargonave.

De acordo com os dados da Cargonave, o MV Bravery estava previsto para chegar a Santarém em 10 de outubro. Agora ele atracará em 25 de outubro, quando deverá levar quase 56.000 toneladas métricas de milho para o Irã.

O Cargonave disse que o calado dos portos privados nas margens do rio Tapajós está nos níveis mais baixos de todos os tempos.

A Amport, um grupo que representa os operadores portuários privados da Amazônia, incluindo a Cargill e a Louis Dreyfus Company, disse que os comboios de barcaças estão reduzindo suas cargas em 50% no rio Madeira e em 40% no rio Tapajós, respectivamente.

A redução de cargas é normal durante a estação seca, mas em uma proporção menor, disse a Amport.

A região da foz do rio Madeira permanece 70 cm acima dos níveis atingidos durante a seca histórica de 2010, enquanto o Tapajós está 25 cm acima dos níveis mínimos de 2010, informou a Amport.

A operadora de barcaças Hidrovias do Brasil reconheceu um cenário “mais crítico” e que está mudando rapidamente.

Mas a empresa reiterou que suas barcaças estão operando com cerca de dois terços da capacidade no Tapajós, o que é suficiente para garantir a navegabilidade no momento.

Os principais portos marítimos que recebem cargas de grãos dos rios do interior são Itacoatiara, Santarém e Barcarena, e estão operando normalmente, disse a Amport.

Apesar dos efeitos da seca, a Amport ainda projeta movimentação cerca de 25% maior de granéis vegetais em 2023 ante 2022 por meio dos portos fluviais e marítimos da Amazônia brasileira.

Fonte: Reuters

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