Saiba Como Monitorar Dólar e Bolsa Hoje (26): Tendências e Investimentos
O dólar estava em alta acentuada nesta quarta-feira (26), ultrapassando os R$ 5,51 no ponto mais alto do dia, em uma sessão de valorização generalizada da moeda americana em relação a outras moedas estrangeiras.
O movimento foi impulsionado pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a situação fiscal do Brasil.Durante a manhã, Lula questionou a necessidade de cortar gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo.
O presidente afirmou que será necessário analisar se a questão pode ser resolvida através do aumento da arrecadação.”O problema não é que é preciso cortar. O problema é saber se é realmente necessário cortar ou se é necessário aumentar a arrecadação”, declarou o presidente.
Lula também acrescentou que seu governo está realizando uma avaliação para verificar se está havendo um “gasto excessivo”, mas que isso está sendo feito “sem levar em conta o nervosismo do mercado”.
No exterior, a moeda norte-americana estava em alta em relação às moedas fortes, especialmente em comparação com o iene, que atingiu seu nível mais baixo desde 1986. Isso mantém os mercados cambiais atentos a qualquer sinal de intervenção das autoridades japonesas para impulsionar sua moeda.
Às 10h40, o dólar estava em alta de 1,07%, cotado a R$ 5,513, enquanto o Ibovespa estava em queda de 0,61%, atingindo 121.578 pontos.O mercado está analisando os dados de inflação divulgados nesta quarta-feira.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou para 0,39% em junho, após ter marcado 0,44% em maio, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado deste mês ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam uma nova variação de 0,44% em junho.Entretanto, em 12 meses, o IPCA-15 ganhou força e acumulou uma inflação de 4,06%, segundo o IBGE.
Até maio, essa taxa era de 3,70%.César Garritano, economista-chefe da Somma Investimentos, avalia que a dinâmica da inflação no curto prazo está favorável, mas que ainda existem alertas para os próximos meses, principalmente devido à recente desvalorização do real e à alteração das expectativas de inflação.
Ele ressalta que ainda há margem para melhoria nas expectativas. No cenário nacional, a continuidade do superávit nas contas externas e da política monetária rigorosa podem contribuir para níveis mais baixos de inflação. Globalmente, um eventual corte nas taxas de juros nos EUA também pode ser benéfico.
“Esse cenário mais favorável só será alcançado se o governo implementar medidas que consigam, no mínimo, conter o grande pessimismo que se instalou nos mercados.
A nomeação de um bom nome para liderar o BC e a adoção de medidas que respeitem o arcabouço fiscal parecem ser condições essenciais nas próximas semanas e meses”, afirma Garritano.
Na terça-feira (25), o dólar subiu 1,17% e encerrou a R$ 5,454 com os investidores repercutindo a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e em meio ao mau humor externo, após comentários mais duros de uma autoridade do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre o futuro da política de juros dos EUA.
Enquanto isso, o Ibovespa caiu 0,24%, atingindo 122.331 pontos, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas.