Safras reduz previsão de safra de milho do Brasil 2023/24 para 135,7 mi t
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A produção de milho do Brasil na safra 2023/24 tem potencial para atingir 135,71 milhões de toneladas, conforme nova estimativa divulgada nesta sexta-feira (data não especificada) pela consultoria Safras & Mercado. O volume representa uma redução de 1,7 milhão de toneladas em relação à projeção anterior, sinalizando uma perspectiva menos otimista para o ciclo atual. A revisão foi publicada em relatório direcionado à imprensa especializada.
Na temporada passada, 2022/23, o Brasil registrou produção recorde de 139,6 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pela excelente performance da segunda safra, conhecida como safrinha. O cenário atual, porém, já indica condições menos favoráveis, com fatores como redução de área plantada, clima incerto e menor investimento em tecnologia afetando o desempenho potencial das lavouras.
Segundo a nova estimativa, a produção de milho de verão no centro-sul do país, que está em fase de plantio, deverá atingir 26,9 milhões de toneladas. O número representa uma leve queda em comparação à projeção feita em julho, principalmente em razão de uma área plantada menor.
O corte mais significativo, no entanto, foi observado na projeção para a segunda safra, que ainda será plantada no próximo ano. Agora, essa safra está estimada em 94,75 milhões de toneladas, com expectativa de produtividades mais baixas em função do cenário de menor investimento.
De acordo com o analista Paulo Molinari, a queda nos preços do milho tem levado os produtores a reduzir os aportes em tecnologia agrícola, como sementes de maior desempenho e insumos de alto valor agregado. Isso levou a uma revisão na produtividade média esperada, que caiu mais de 100 quilos por hectare. A nova previsão é de 6.120 kg/ha, contra os 6.444 kg/ha registrados na temporada anterior.
Vale destacar que, na safra 2022/23, o Brasil colheu mais de 100 milhões de toneladas apenas na segunda safra — um marco histórico para o setor. A nova projeção para 2023/24 sinaliza que, apesar de ainda robusta, a produção deve ficar aquém do recorde, refletindo as incertezas econômicas e climáticas que cercam o agronegócio brasileiro.
(Por Roberto Samora)
