Raízen foca na expansão de plantas para etanol de nova geração

Há oito anos, a Raízen deu início à produção de etanol de segunda geração (2G) em sua planta na Usina Costa Pinto, em Piracicaba. Agora, a maior empresa sucroalcooleira do mundo se prepara para inaugurar mais uma unidade 2G, desta vez na Usina Bonfim, em Guariba, São Paulo. Com investimentos de cerca de R$ 1,2 bilhão, essa nova fábrica terá a capacidade de produzir 82 milhões de litros de etanol por ano.

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Raízen foca na expansão de plantas para etanol de nova geração. (Foto: reprodução/internet)

O etanol 2G, também conhecido como etanol celulósico, é produzido a partir de resíduos como palha e bagaço da cana-de-açúcar. Esse processo envolve hidrólise enzimática, fermentação e destilação.

O grande diferencial desse biocombustível é sua pegada ambiental reduzida, emitindo até 15 vezes menos carbono na atmosfera quando comparado ao etanol de primeira geração.

A Visão da Raízen: Fortalecendo o Papel na Transição Energética Global

A Raízen enxerga o etanol 2G como fundamental para fortalecer sua posição na transição energética global.

Segundo Ricardo Mussa, CEO da empresa, além da unidade na Usina Bonfim, outras quatro estão em construção, com duas delas previstas para serem concluídas no próximo ano. O objetivo é ter um total de 20 unidades em operação até a safra 2030/31.

O Etanol de Segunda Geração e sua Importância Sustentável

A produção de etanol celulósico é uma revolução sustentável no setor sucroalcooleiro. Ele aproveita resíduos que, de outra forma, seriam descartados, transformando-os em um biocombustível altamente eficiente e de baixa emissão de carbono.

Isso não apenas reduz o desperdício de recursos naturais, mas também contribui significativamente para a mitigação das mudanças climáticas.

Perspectivas de Lucratividade e Mercado de Açúcar

Apesar dos desafios iniciais enfrentados pelo etanol 2G, a Raízen está otimista quanto à sua lucratividade futura. A produção na unidade de Piracicaba alcançou 7,7 milhões de litros no primeiro trimestre da safra 2023/24.

Espera-se que, a partir da safra 2025/26, o etanol celulósico comece a gerar caixa de forma expressiva, ajudando a financiar os novos investimentos previstos até 2030/31.

Além disso, o mercado de açúcar apresenta-se favorável, com preços elevados nos mercados doméstico e internacional.

A Índia, o segundo maior exportador global de açúcar depois do Brasil, reduziu sua produção estruturalmente, priorizando a produção de etanol. Problemas climáticos também afetaram a oferta indiana, prolongando a alta dos preços.

As Ondas de Evolução no Setor Sucroalcooleiro

O setor sucroalcooleiro passou por diversas fases de evolução. A primeira onda foi marcada pela produção de açúcar e etanol de primeira geração (1G), seguida pela geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana (a segunda onda).

A terceira onda inclui o etanol 2G e o biogás, enquanto a quarta onda já está em formação, trazendo produtos avançados como SAF (combustível de aviação), hidrogênio verde, bioplásticos e amônia verde.

A Visão Futurística da Raízen: Sustentabilidade e Inovação

A Raízen está comprometida com a sustentabilidade e a inovação, liderando a transição para energias renováveis e soluções de baixo carbono.

A empresa encerrou o primeiro trimestre da safra com uma receita líquida de R$ 48,8 bilhões, concentrando seus esforços no crescimento sustentável no setor de biocombustíveis e energias renováveis.

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