Plantio de soja de Mato Grosso supera 90% da área, mas mantém atraso, diz Imea
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Plantio de Soja em Mato Grosso Alcança 91,82%, Mas Segue Atrasado e Aumenta Preocupações com Safra de Milho
O plantio da safra 2023/24 de soja em Mato Grosso atingiu 91,82% da área estimada até esta sexta-feira, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar do avanço semanal de 8,50 pontos percentuais, os trabalhos seguem atrasados em relação ao mesmo período do ano passado, quando já haviam sido plantados 96,17%, e também em comparação à média histórica, que é de 95,51% para o período.
Esse atraso tem gerado preocupação entre os produtores, principalmente em relação ao encurtamento da janela ideal para o plantio do milho segunda safra, que depende da colheita antecipada da soja. Diante das condições climáticas adversas, alguns agricultores já indicam que irão reduzir a área destinada ao milho, e também relatam perdas na produtividade esperada da soja, o que pode comprometer os resultados das lavouras.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o Itaú BBA observou que, embora em anos anteriores atrasos no plantio da soja não tenham resultado automaticamente em perdas de produtividade, o cenário atual é mais desafiador.
“Dado o contexto climático atual e o projetado, o risco para a safra de soja do Brasil aumentou bastante nas últimas semanas. Sem falar que, cada vez mais, a conjuntura atual vai apontando para um cenário mais complexo para o milho segunda safra, que tende a seguir a direção de redução de área e produção para 2023/24”, destacou o banco.
As principais preocupações envolvem chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, principalmente na região central do país, onde se concentra grande parte da produção agrícola. Segundo o Itaú BBA, mapas climáticos projetados por modelos como o CFSv2 (americano) indicam irregularidade nas precipitações entre dezembro e janeiro, o que pode afetar negativamente o desenvolvimento da soja e atrasar ainda mais a colheita — impactando diretamente o cronograma para o milho safrinha.
Diante desse cenário, o setor agrícola entra em um momento de monitoramento constante do clima e revisão de estratégias de plantio e comercialização, especialmente considerando os riscos de quebra de produtividade e redução da área cultivada no ciclo 2023/24. A atenção redobrada dos produtores e do mercado será fundamental nas próximas semanas.
(Por Roberto Samora)
Fonte: Reuters