Israel forma governo de emergência contra o Hamas conforme aumentam mortes e danos em Gaza


Israel forma governo de emergência contra o Hamas conforme aumentam mortes e danos em Gaza

Mughrabi e Nandita Bose

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JERUSALÉM/GAZA/WASHINGTON, 11 Out (Reuters) – Israel formou um governo de união de emergência nesta quarta-feira, conforme seus caças atacavam Gaza e tanques se concentravam em torno do densamente povoado enclave palestino, e militantes do Hamas diziam que ainda estavam lutando em território israelense após a chocante incursão do fim de semana.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, concordou em formar um gabinete de guerra com o ex-ministro da Defesa Benny Gantz e se concentrar inteiramente no conflito, disse um comunicado conjunto do partido de oposição Unidade Nacional, de Gantz, considerado de centro.

O número de mortos em Israel aumentou para 1.200, com mais de 2.700 feridos, disseram seus militares, decorrente da violência durante horas de militantes do Hamas após romperem a cerca de Gaza no sábado.

O presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu um alerta aparentemente dirigido aos apoiadores iranianos do Hamas para não explorarem a conflagração de Gaza para iniciar uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

Os ataques de retaliação israelenses na Faixa de Gaza bloqueada mataram 1.100 pessoas e feriram 5.339, disse o Ministério da Saúde de Gaza. Cerca de 535 edificações residenciais foram destruídas, deixando cerca de 250 mil desabrigados, disseram autoridades do Hamas. A maioria dos deslocados estava em abrigos designados pela ONU, outros amontoados em ruas destruídas.

O braço armado do grupo, as Brigadas Al Qassam, disse que ainda lutava dentro de Israel na quarta-feira. Israel enviou tanques e veículos blindados ao norte de Gaza, onde os confrontos foram relatados, mas não fez comentários imediatos sobre a afirmação do Hamas.

Mais tarde, alertas soaram anunciando a chegada de aeronaves em todo o norte de Israel, bem distante de Gaza, que fica no sul, mas as Forças israelenses disseram posteriormente que isso pode ter sido um mau funcionamento.

Uma equipe de TV da Reuters viu uma casa atingida por o que parecia ser um projétil perto de Metulla, no extremo norte de Israel, perto da fronteira com o sul do Líbano, onde o grupo fortemente armado Hezbollah, apoiado pelo Irã, atua.

O braço armado do Hamas disse ter atacado a cidade costeira de Haifa, no norte de Israel, com um foguete R60. Não houve relatos imediatos de vítimas depois que as sirenes soaram em Haifa e cidades próximas.

Israel prometeu punição rápida pelo ataque militante palestino mais mortal em seus 75 anos de história, que deixou cadáveres espalhados em um festival de música e em um kibutz.

Os militares disseram que dezenas de seus caças atingiram mais de 200 alvos em um bairro da Cidade de Gaza durante a noite, que teriam sido usados pelo Hamas para lançar seus ataques.

“Começamos a ofensiva do ar, mais tarde também iremos pelo solo”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, aos soldados perto da cerca na terça-feira.

Israel colocou Gaza sob “cerco total” para impedir que alimentos e combustível chegassem ao enclave, habitado por 2,3 milhões de pessoas, muitas delas pobres e dependentes de ajuda. A mídia do Hamas disse nesta quarta-feira que a eletricidade caiu depois que a única usina do território parou de funcionar.

Com as equipes de resgate palestinas sobrecarregadas, outras pessoas na movimentada faixa costeira juntaram-se à busca por corpos nos escombros.

“Eu estava dormindo aqui quando a casa desabou em cima de mim”, gritou um homem enquanto ele e outros usavam lanternas nas escadas de um prédio atingido por mísseis para encontrar alguém preso.

As forças israelenses disseram que as suas tropas mataram pelo menos 1.000 homens armados palestinos que se infiltraram a partir de Gaza e o Chefe do Estado-Maior se reuniu com comandantes para discutir os próximos passos.

“Onde quer que haja líderes do Hamas, as FDI atacam com precisão e poder”, disse, em referência às Forças de Defesa de Israel.

Dezenas de israelenses e outros estrangeiros foram levados para Gaza como reféns, alguns dos quais foram exibidos em desfile pelas ruas. Ambos os lados disseram que muitas mulheres e crianças estavam entre os mortos e feridos, e parentes perturbados realizaram vários funerais.

Israel disse que estava mudando as escolas para o ensino remoto a partir de domingo e distribuindo mais armas de fogo para cidadãos licenciados, prevendo possíveis atritos entre a maioria judaica e a minoria árabe em meio a apelos por mais protestos em apoio a Gaza.

As forças de segurança israelenses mataram pelo menos 27 palestinos durante confrontos na Cisjordânia ocupada desde sábado, quando facções palestinas apelaram à população do território palestino para se revoltar na esteira do ataque do Hamas a partir de Gaza.

(Reportagem de James Mackenzie, Dan Williams, Emily Rose, Henriette Chacar e Ari Rabinovitch em Jerusalém, Nidal al-Mughrabi em Gaza, Ali Sawafta em Ramallah, Maayan Lubell em Kfar Aza, Steve Holland, Nandita Bose, Rami Ayyub e Daphne Psaledakis em Washington e Andrew Mills no Catar)

Fonte: Reuters

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