Ibovespa tem alta com NY e blue chips em dia de dados de emprego nos EUA
O Ibovespa avançou nesta sexta-feira, após ter caído quase 1,5% pela manhã na esteira de dados de trabalho nos Estados Unidos, em recuperação impulsionada pelas blue chips locais –ações de maior peso– e que acompanhou Wall Street.
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Vale, Petrobras e bancos foram as principais contribuições positivas para o índice. Do lado oposto, Hapvida e Yduqs ficaram entre os destaques de baixa.
Índice referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 0,78%, a 114.169,63 pontos. Na máxima, o índice foi a 114.491 pontos, e, na mínima, caiu a 111.598,57 pontos, no menor nível intradiário desde 2 de junho.
O Ibovespa acumulou queda de 2,01% na semana. O volume financeiro da sessão somou 23,1 bilhões de reais.
Os ativos brasileiros sofreram pela manhã, diante de nova alta dos rendimentos dos títulos do governo norte-americano após uma abertura de vagas de trabalho nos Estados Unidos muito acima do esperado elevar a perspectiva de juros mais altos por mais tempo na maior economia do mundo.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou a criação de 336 mil vagas fora do setor agrícola em setembro, acelerando em relação a agosto, que teve o dado revisado para cima, e superando expectativas de analistas de 170 mil vagas, de acordo com dados compilados pela Reuters. No entanto, o crescimento de salários mostrou alguma moderação.
“O primeiro pensamento no mercado foi que os números vieram acima da estimativa e o Fed terá que elevar os juros”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. “Mas aí o pessoal começou a fazer uma análise dos números e a ponderar um pouco”, acrescentou.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,2%, após cair quase 1% no início do pregão. No fim da tarde, os Treasuries de dez anos subiam para 4,782%, após atingirem mais cedo máximas desde 2007, a 4,887%.
Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, os dados de emprego divulgados mostram uma dualidade no mercado, com agentes que acreditam que o Federal Reserve adotará uma postura mais rígida devido à considerável abertura de vagas, enquanto, por outro lado, investidores que enxergam um banco central norte-americano menos restritivo em razão da desaceleração do crescimento dos salários e de uma taxa de desemprego maior que a prevista.
“A alta na nossa bolsa é a parte “dovish” (menos dura) falando mais alto”, disse Arbetman. “A dualidade dos dados de hoje coloca mais pressão na inflação. Há um peso maior na próxima divulgação, sobretudo do CPI”, acrescentou ele, em referência ao índice de preços ao consumidor dos EUA, a ser divulgado na semana que vem.
DESTAQUES
– BANCO DO BRASIL ON subiu 4,07%, a 48,85 reais, acompanhando sessão positiva para grandes bancos e após o Bradesco BBI elevar a recomendação da ação de “neutra” para “compra”. SANTANDER BRASIL UNIT avançou 1,91%, a 27,19 reais, depois que o BTG Pactual elevou a recomendação de “venda” para “neutra”. No setor, que ainda aguarda definições sobre o juros sobre o capital próprio (JCP), ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,94% e BRADESCO PN valorizou-se 0,21%.
– VALE ON teve acréscimo de 1,46%, a 66,86 reais, enquanto segue sem o referencial dos preços do minério de ferro na China em razão de feriado no país asiático.
– PETROBRAS PN avançou 2,38%, a 33,51 reais, conforme os preços do petróleo no mercado externo mostraram elevação, com o barril de Brent fechando em alta de 0,61%, a 84,58 dólares.
– YDUQS ON desabou 7,66%, a 19,3 reais, mais do que devolvendo os ganhos acumulados nos primeiros pregões do mês, de pouco mais de 5% até a véspera. De pano de fundo, o setor de educação digere novas regras divulgas pelo governo nesta semana para a abertura de cursos de graduação de medicina no âmbito do programa federal Mais Médicos. COGNA ON recuou 3,49%, a 2,49 reais.
– CASAS BAHIA ON saltou 8,93%, a 0,61 real, após quatro pregões de estabilidade ou queda. MAGAZINE LUIZA ON caiu 1,66%, a 1,78 real. O índice do setor de consumo cedeu 0,28%.
Fonte: Reuters