Ibovespa avança na abertura com exterior benigno após dado de inflação nos EUA
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O Ibovespa iniciou o pregão desta sexta-feira em alta, refletindo o alívio trazido pelos dados divulgados nos Estados Unidos que apontaram uma desaceleração da inflação no país. A notícia foi bem recebida pelos mercados, uma vez que reduz momentaneamente os temores de que o Federal Reserve (Fed) adote uma política monetária ainda mais restritiva ou prolongue o atual ciclo de juros elevados por um período mais longo do que o previsto anteriormente.
Às 10h04, o principal índice da bolsa brasileira avançava 0,45%, alcançando 116.251,22 pontos. Já o contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais próximo, em 18 de outubro, apresentava um desempenho ainda mais forte, com alta de 0,83%, cotado a 117.540 pontos. O movimento positivo demonstra uma reação imediata dos investidores ao novo panorama inflacionário norte-americano, que tende a influenciar diretamente os fluxos globais de capital e a percepção de risco nos mercados emergentes, como o Brasil.
A expectativa de uma inflação mais controlada nos Estados Unidos ameniza a pressão sobre os ativos de maior risco e pode abrir espaço para que o Federal Reserve adote uma postura mais cautelosa em relação a novos aumentos da taxa básica de juros. Caso essa leitura ganhe força, os investidores passam a considerar uma possível estabilização ou até mesmo uma reversão gradual no aperto monetário, cenário que tende a favorecer as bolsas ao redor do mundo.
No contexto doméstico, o Ibovespa também encontra suporte em fatores técnicos e setoriais. O alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano impulsiona ações de setores sensíveis à taxa de juros, como consumo e varejo. Além disso, os investidores seguem atentos à movimentação política e às sinalizações do Banco Central do Brasil sobre a trajetória da taxa Selic, em um momento de tentativa de recuperação econômica e controle fiscal.
O desempenho positivo do mercado nesta manhã representa, portanto, um respiro após semanas marcadas por volatilidade e incertezas, tanto no ambiente internacional quanto local. Ainda assim, analistas alertam que a volatilidade pode continuar elevada, uma vez que o cenário global permanece suscetível a novas revisões nas expectativas sobre inflação, juros e crescimento econômico, especialmente nos Estados Unidos. Dessa forma, os próximos dados macroeconômicos e pronunciamentos de autoridades monetárias seguirão no radar dos investidores, guiando os movimentos do mercado nas próximas sessões.
(Por Paula Arend Laier)
