Hidrelétrica Santo Antônio interrompe operações por baixo nível de vazão do rio Madeira

 

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Hidrelétrica Santo Antônio interrompe operações por baixo nível de vazão do rio Madeira

A hidrelétrica Santo Antônio, uma das maiores do Brasil em capacidade instalada, teve suas operações suspensas de forma excepcional devido à severa queda nos níveis de vazão do rio Madeira, conforme informado nesta segunda-feira pela concessionária Santo Antônio Energia, responsável pela operação do empreendimento. Segundo o comunicado oficial, o volume de água disponível para geração encontra-se cerca de 50% abaixo da média histórica registrada para o período, um cenário crítico que compromete a capacidade de operação segura das unidades geradoras da usina.

A paralisação temporária da atividade está sendo realizada em conformidade com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável por coordenar e controlar a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional. O objetivo da medida é garantir que os limites técnicos e operacionais dos equipamentos sejam respeitados, evitando riscos de danos às turbinas e demais sistemas da usina em função da insuficiência hídrica.

A hidrelétrica Santo Antônio possui uma potência instalada de 3.568 megawatts (MW), sendo uma peça fundamental na matriz energética do país. O empreendimento é controlado majoritariamente pela Eletrobras e desempenha papel estratégico no fornecimento de energia para diversas regiões do Brasil. No entanto, conforme destaca o próprio comunicado da concessionária, durante os períodos de estiagem severa, como o atual, a operação da usina é naturalmente limitada, podendo inclusive ser totalmente suspensa caso os parâmetros mínimos de segurança não sejam atendidos.

Apesar da importância do empreendimento para o sistema elétrico nacional, a Santo Antônio Energia afirmou que a interrupção das operações não acarretará prejuízos financeiros em relação aos contratos de venda de energia vigentes. As receitas permanecerão inalteradas durante o período de restrição hídrica, em razão de cláusulas contratuais e mecanismos regulatórios que protegem os geradores de energia em casos excepcionais como este.

A concessionária esclareceu ainda que, mesmo com a paralisação das unidades geradoras, o curso natural do rio Madeira será mantido, com a vazão sendo direcionada para o vertedouro principal da usina. Essa medida garante que não haverá interferência no fluxo do rio nem impactos ambientais adicionais às regiões a jusante do reservatório.

O episódio reforça a vulnerabilidade do sistema elétrico brasileiro diante de eventos climáticos extremos e a necessidade de diversificação da matriz energética, com investimentos contínuos em fontes alternativas e complementares, como solar e eólica, especialmente em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais intensas e frequentes.

 

(Por Letícia Fucuchima)

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