Governo central tem déficit primário de R$26,350 bi em agosto, diz Tesouro

 

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Governo central tem déficit primário de R$26,350 bi em agosto, diz Tesouro

O governo central brasileiro encerrou o mês de agosto com um déficit primário de R$ 26,350 bilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira. Embora o resultado continue negativo, representa uma melhora expressiva em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit foi de R$ 50,356 bilhões. A redução no saldo negativo aponta para uma moderação no desequilíbrio fiscal, ainda que o cenário continue desafiador.

O déficit primário engloba as contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, e o resultado de agosto ficou praticamente em linha com as expectativas do mercado. Segundo levantamento da Reuters com analistas econômicos, a projeção era de um déficit de aproximadamente R$ 26,7 bilhões, demonstrando que o comportamento das contas públicas seguiu dentro do previsto.

No lado das receitas, o governo central arrecadou R$ 134,773 bilhões líquidos em agosto, valor que representa uma queda real de 7,1% em comparação ao mesmo período do ano passado, já descontada a inflação. De acordo com o Tesouro Nacional, essa retração foi influenciada por dois fatores principais: uma redução de R$ 12,1 bilhões nas receitas não administradas pela Receita Federal e uma queda de R$ 6,6 bilhões nas receitas administradas pelo órgão. A diminuição nas receitas evidencia os desafios enfrentados pela arrecadação federal diante de um cenário econômico ainda instável e com crescimento modesto.

Por outro lado, as despesas totais do governo central somaram R$ 161,123 bilhões no mesmo mês, o que corresponde a uma redução real de 18,5% em relação a agosto de 2022. Esse corte nas despesas indica um esforço de contenção por parte do governo, ainda que parte dessa redução possa estar relacionada a fatores pontuais, como o pagamento de precatórios, transferências específicas ou sazonalidade de determinados gastos públicos.

No acumulado de janeiro a agosto de 2023, o resultado fiscal segue preocupante. As contas do governo federal apresentam um déficit primário de R$ 104,590 bilhões, em contraste com o superávit de R$ 22,886 bilhões registrado no mesmo período de 2022. Essa reversão de cenário reforça os desafios fiscais enfrentados pelo governo neste ano, exigindo maior disciplina nas contas públicas e eventuais medidas para ampliar a arrecadação e controlar as despesas, especialmente diante do novo arcabouço fiscal e da necessidade de retomada do equilíbrio orçamentário.

 

(Por Fabrício de Castro)

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