Goldman Sachs vê JBS perto de ponto de inflexão e reitera “compra”

 

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O banco norte-americano Goldman Sachs reafirmou sua recomendação de “compra” para as ações da JBS, uma das maiores empresas de proteína animal do mundo, e elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 21,50 para R$ 22,70. A decisão reflete uma visão mais otimista em relação às perspectivas da companhia, com o analista Thiago Bortoluci avaliando que a empresa se encontra próxima de um ponto de inflexão em sua trajetória operacional e financeira.

Segundo Bortoluci, embora o primeiro semestre do ano tenha sido desafiador para a JBS, o desempenho no terceiro trimestre pode ter superado as expectativas de parte do mercado, que previa resultados ainda fracos. Em relatório enviado aos clientes na segunda-feira, ele reconheceu que o setor de carne bovina nos Estados Unidos passa por um ajuste cíclico plurianual, mas destacou que a produção de carne bovina no Brasil e na Austrália tem escala suficiente para compensar essa retração, favorecendo a operação global da companhia.

Além disso, o analista ressaltou a melhora nos spreads operacionais da Pilgrim’s Pride Corporation (PPC) — controlada pela JBS nos EUA — e da Seara, sua divisão no Brasil voltada à produção de alimentos processados e carne de frango. Esses fatores, segundo ele, sustentam a perspectiva de crescimento positivo no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa nos próximos trimestres.

Com base em conversas recentes com a administração da companhia e levando em conta um novo cenário de câmbio, o banco revisou para cima suas estimativas para o terceiro trimestre: a projeção de Ebitda foi elevada em 8,8%, para R$ 4,756 bilhões, enquanto a margem Ebitda passou de 4,8% para 5,2%. Esses dados sinalizam uma recuperação gradual dos resultados operacionais da JBS, reforçando o posicionamento positivo da instituição financeira em relação à ação.

Outro ponto considerado um potencial catalisador para valorização dos papéis da JBS é a possível listagem da empresa nos Estados Unidos, um movimento que, segundo a administração, está em fase final de preparação documental. A expectativa é de que a empresa convoque uma assembleia geral extraordinária nas próximas semanas para votar a proposta, que pode ampliar a base de investidores internacionais e gerar maior visibilidade no mercado global.

No pregão desta quarta-feira na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), as ações da JBS operavam em alta de 1,6%, cotadas a R$ 18,32, destoando do desempenho negativo do Ibovespa, que recuava 0,77% no mesmo período. O movimento de valorização dos papéis reforça a percepção positiva dos investidores em relação às perspectivas da companhia.

 

(Por Paula Arend Laier)

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