Gastos com construção nos EUA aumentam em agosto com impulso de moradias

 

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Gastos com construção nos EUA aumentam em agosto com impulso de moradias

Os gastos com construção nos Estados Unidos registraram alta em agosto, sustentados por um aumento contínuo nos investimentos em moradias unifamiliares e multifamiliares, mesmo diante de taxas de hipoteca que atingiram os níveis mais altos em quase 23 anos. De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio nesta segunda-feira, os gastos com construção subiram 0,5% no mês, sinalizando resiliência no setor imobiliário, apesar do ambiente financeiro mais apertado.

Além disso, os números de julho foram revisados para cima, mostrando um aumento de 0,9%, contra a estimativa anterior de 0,7%. O desempenho de agosto veio em linha com as expectativas de economistas consultados, que já previam um crescimento moderado no setor diante da combinação entre oferta limitada de moradias e custo elevado de financiamento.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, os gastos com construção avançaram 7,4%, refletindo o aquecimento contínuo da atividade, especialmente no segmento privado. Os projetos de construção privada subiram 0,5%, enquanto os gastos com construção residencial tiveram alta de 0,6%, após um salto de 1,6% em julho. Já os investimentos em construções privadas no geral cresceram 1,2% no mês anterior, demonstrando força acumulada no mercado.

Um dos fatores que sustentam esse movimento é a escassez de casas disponíveis para venda, que tem incentivado novas construções, mesmo com as condições de financiamento mais restritivas. O déficit de imóveis no mercado, especialmente para famílias de renda média, vem sendo um impulso importante para os investimentos residenciais.

No entanto, as taxas de hipoteca seguem como um obstáculo relevante. A taxa média da popular hipoteca fixa de 30 anos atingiu 7,31% na última semana, a mais alta desde dezembro de 2000, de acordo com dados da agência de financiamento Freddie Mac. Esse patamar supera a média da semana anterior, que havia sido de 7,19%, sinalizando uma elevação contínua nos custos de crédito para os compradores.

Analistas avaliam que, apesar do momento favorável para a construção, o cenário futuro dependerá fortemente da trajetória das taxas de juros e da política monetária do Federal Reserve, além da resposta do mercado de trabalho e da renda das famílias.

(Por Lucia Mutikani)

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