Em setembro, confiança do setor de comércio diminui 0,7% conforme dados da CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) trouxe à luz um recente desencorajamento entre os comerciantes do Brasil.

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Em setembro, confiança do setor de comércio diminui 0,7% conforme dados da CNC. (Foto: reprodução/internet)

Segundo o estudo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) mostrou uma redução de 0,7% em relação ao mês anterior, aterrissando em 113,1 pontos após ajustes sazonais.

Panorama Atual e Influências Econômicas

Diversos fatores, segundo a CNC, contribuem para esse pessimismo no setor. Um endividamento em ascensão e a inadimplência corporativa destacam-se como preocupações.

Estas circunstâncias afetam a capacidade dos empresários de aportar investimentos, mesmo considerando a chegada de importantes efemérides comerciais, tais como o Dia das Crianças, Black Friday e a festividade natalina.

Aprofundando-se nas métricas do Icec, evidencia-se uma tendência de queda em seus três componentes fundamentais:

  • Avaliação Atual: Uma sutil descida de 0,1% foi registrada, posicionando-se em 89,7 pontos. Contudo, segmentos como economia (78,3 pontos) e setor (85,6 pontos) mostraram incrementos, enquanto a categoria empresa sofreu uma retração, fixando-se em 105,2 pontos.
  • Antecipações Futuras: Este segmento marcou uma queda de 1,0% em setembro, finalizando em 145,2 pontos, porém ainda dentro de uma perspectiva positiva. Todos os subsegmentos – economia, setor e empresa – apresentaram declínios.
  • Propensão a Investir: Esta área sofreu uma retração de 0,8% em setembro quando comparado a agosto, atingindo 104,3 pontos.

Embora o subsegmento de estoques tenha mostrado avanço, chegando a 92,6 pontos, áreas como contratação e aspectos empresariais mostraram queda.

O relatório da CNC também abordou o tema da inadimplência empresarial em ascensão. Segundo números de julho do Banco Central, há um crescimento preocupante na inadimplência nas modalidades de crédito para empresas.

Uma porção significativa, 3,3% do total de créditos empresariais, permaneceu inadimplente por mais de três meses, um recorde desde agosto de 2018.

A Relação do Consumidor com Dívidas

O perfil do consumidor brasileiro também foi analisado. A pesquisa da CNC, Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (Peic), sinaliza que, embora haja uma redução no endividamento, a proporção de inadimplentes tem crescido.

Porém, nem tudo é sombrio. O relatório da CNC sugere que uma grande maioria, 80% dos comerciantes, acredita que as vendas terão uma ascensão nos próximos meses. No entanto, a realidade é que apenas 40% deles veem uma melhora no presente.

Desafios Atuais e Alavancagem Elevada

Conforme explica Izis Ferreira, responsável pelo estudo da CNC, “as operações dos negócios, de forma geral, ainda sofrem para impulsionar as vendas, principalmente nos segmentos mais dependentes das vendas a prazo.

A alta alavancagem das empresas é outro ponto de atenção”. Embora os números do Icec se mantenham acima dos 100 pontos, indicando uma perspectiva geralmente positiva, houve uma contração de 9,9% na comparação anual, especificamente de setembro a setembro.

Ela acrescenta, delineando o panorama anual, que a diminuição do otimismo começou a se manifestar no início do ano, intensificando-se no segundo trimestre, uma manifestação clara da crise de crédito que aflige o setor.

Flutuações Setoriais na Confiança do Varejo

Setembro mostrou variações no otimismo entre diferentes áreas do varejo. As áreas de bens duráveis, não duráveis e semiduráveis reportaram reduções de 2,9%, 2,3% e 1,3%, respectivamente.

Em uma avaliação anual, o segmento de roupas, calçados e acessórios parece ter sido o mais impactado, mostrando uma queda de 10,7% em comparação com setembro do ano anterior.

Espera...