Economistas Apontam Nova Queda nos Preços de Alimentos e Desaceleração de Serviços no IPCA de Agosto

No mês de agosto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma surpreendente desaceleração, deixando os analistas otimistas em relação à inflação.

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Economistas Apontam Nova Queda nos Preços de Alimentos e Desaceleração de Serviços no IPCA de Agosto. (Foto: reprodução/internet)

A composição do IPCA, divulgada pelo IBGE, trouxe ainda mais boas notícias do que o esperado pelos especialistas. Destaques notáveis incluem a desaceleração da inflação de serviços e o comportamento dos núcleos de inflação.

IPCA Abaixo das Projeções

A inflação oficial de agosto ficou em 0,23%, abaixo da mediana das projeções, que era de 0,28%. A taxa anualizada alcançou 4,61%, também superando as estimativas de cerca de 4,67%.

É importante notar que parte do aumento no IPCA em 12 meses era esperado, devido ao efeito rebote causado pelas desonerações de impostos implementadas no ano anterior.

Desaceleração na Inflação de Serviços

A maior surpresa para os economistas foi a desaceleração significativa na inflação de serviços. A variação de apenas 0,14% no mês chamou a atenção, ficando abaixo das estimativas e até mesmo da mediana do mercado, que era de 0,3%.

Isso marca a terceira surpresa consecutiva de serviços subjacentes abaixo das projeções, confirmando a desaceleração deste componente crítico para o Banco Central.

Importância dos Serviços Subjacentes

Os serviços subjacentes são um dos três fatores que o Banco Central considera “data dependentes”, juntamente com as expectativas de inflação e o hiato do produto.

A desaceleração dos serviços subjacentes é vista como uma confirmação da perda de força nesse componente, que é altamente sensível aos ciclos econômicos.

Desinflação nos Serviços Subjacentes

Ao analisar as variações de 12 meses, os serviços subjacentes (excluindo alimentação fora do domicílio) mostraram uma desinflação significativa, caindo de cerca de 6% em julho para 5,4% em agosto. Essa desinflação é considerada muito relevante.

Impacto dos Alimentos e da Gasolina

No que diz respeito aos alimentos, houve uma queda nos preços, especialmente nos itens de ciclos mais longos. No entanto, essa queda foi compensada pelo aumento nos preços da gasolina, embora ainda não tenha levado a revisões nas projeções para o ano.

Comportamento dos Preços Industriais

Os preços dos produtos industriais também continuaram a desacelerar, com uma variação anualizada de 3,7%, em comparação com 4,2% anteriormente.

No entanto, os resultados gerais foram em grande parte em linha com as expectativas, com algumas variações em produtos duráveis e semiduráveis.

Projeções de Inflação Revisadas para Baixo

Com base nesses resultados, a AZ Quest está considerando revisar suas projeções de inflação em setembro, diminuindo-as de 0,6% para cerca de 0,3%.

Comportamento de Outros Grupos de Itens

No grupo de Habitação, o fim da incorporação do bônus de Itaipu teve um impacto significativo, resultando em um aumento de 1,26% nos preços administrados. Por outro lado, os preços livres mostraram deflação de 0,12%.

Grupos com Variações Relevantes

Os economistas também observaram que o grupo de Alimentação e Bebidas intensificou sua queda, com uma deflação de 0,85%.

No grupo Transportes, a gasolina e os automóveis novos tiveram aumentos notáveis, impulsionados pelo reajuste dos combustíveis pela Petrobras e pelo fim dos descontos do governo.

Comportamento dos Núcleos de Inflação

Os núcleos de inflação, que excluem elementos voláteis e não recorrentes, mostraram-se em linha com as expectativas, acumulando uma taxa de 5,2% em 12 meses.

Perspectivas para a Política Monetária

Os economistas expressaram confiança de que o Banco Central continuará a cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

A taxa Selic deve encerrar o ano em 11,75% e os cortes devem continuar até meados de setembro do próximo ano, chegando a 9%, de acordo com as projeções.

Espera...