É o momento certo para o ‘CDB americano’? Juros elevados cativam, mas a oportunidade pode já ter esvaído
O cenário de investimentos está em constante evolução, especialmente com as mudanças na política monetária dos Estados Unidos.
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Investidores que buscam oportunidades em produtos financeiros influenciados pela decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros elevadas por mais tempo estão enfrentando desafios e oportunidades únicas. Vamos explorar como essa política afetou os mercados e o que os investidores devem considerar.
Atração por Empréstimos Bancários
Recentemente, vimos um aumento significativo nos investimentos em Exchange-Traded Funds (ETFs) que oferecem exposição a empréstimos bancários, muitas vezes chamados de “CDB americano”.
Esses ETFs atraíram mais de US$ 1 bilhão em setembro, representando a maior captação mensal desde junho de 2021.
O ETF Invesco Senior Loan (BKLN), com US$ 5 bilhões em ativos, liderou o caminho ao arrecadar US$ 920 milhões. Além disso, o maior ETF que acompanha os recebíveis bancários quase duplicou de tamanho este ano.
A razão para esse interesse crescente está relacionada à determinação do Federal Reserve em manter as taxas de juros em níveis elevados.
Isso reacendeu o apetite por títulos que oferecem taxas de juros flutuantes, cujos pagamentos aumentam à medida que as taxas de referência sobem.
Essa característica é atrativa para os investidores que buscam preservar o valor de seus investimentos em um ambiente de taxas crescentes.
O Dilema das Taxas Elevadas
Embora os rendimentos mais altos sejam atraentes para aqueles que buscam maximizar o retorno sobre seus investimentos, essa situação pode representar um “dilema das taxas elevadas”.
Taxas mais altas podem se tornar insustentáveis para emissores alavancados, especialmente se uma desaceleração econômica prejudicar os lucros das empresas.
Collin Martin, estrategista de renda fixa do Schwab Center for Financial Research, observa que o sentimento de juros elevados por mais tempo tem impulsionado os fluxos em direção aos empréstimos bancários.
A expectativa de que as taxas de curto prazo permaneçam em 5,25% ou mais no próximo ano resulta em taxas de cupom de empréstimos bancários de 9% ou mais.
No entanto, especialistas alertam que os investidores que estão apenas agora voltando sua atenção para dívidas com taxas flutuantes podem estar entrando no jogo tarde demais.
Winnie Cisar, head global de estratégia da CreditSights, aponta que as taxas flutuantes foram uma escolha vantajosa durante grande parte de 2023 e também durante todo o ano de 2022.
No entanto, ela acredita que essa tendência começará a mudar à medida que surgirem necessidades de refinanciamento e que o ambiente de juros elevados se torne um obstáculo para os emissores de dívida com taxas flutuantes.
Cisar explica que, olhando para o mercado de empréstimos alavancados, ele é fundamentalmente de qualidade ligeiramente inferior ao mercado de títulos de alto rendimento. Portanto, a preferência futura deve ser por títulos prefixados em vez de flutuantes.