Dólar segue exterior e cai frente ao real após salto nas commodities
O dólar seguia movimento externo e recuava frente ao real nesta segunda-feira, com a moeda brasileira e vários de seus pares emergentes recebendo impulso do recente salto nos preços das commodities, embora o apetite por risco continuasse sendo restringido pelas tensões no Oriente Médio.
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Às 10:26 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,49%, a 5,0640 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,44%, a 5,0745 reais.
Eduardo Moutinho, analista de mercados da Ebury, chamou a atenção para a valorização de divisas sensíveis aos preços do petróleo nesta segunda-feira, com destaque para as latino-americanas.
Embora mostrassem leve queda nesta manhã, os preços do petróleo seguiam em patamar elevado após terem disparado na semana passada, com investidores considerando a possibilidade de uma escalada do conflito no Oriente Médio, principal região produtora de petróleo do mundo.
As forças israelenses mantiveram o bombardeio a Gaza nesta segunda-feira, depois que falharam os esforços diplomáticos por um cessar-fogo envolvendo a permissão de saída de portadores de passaportes estrangeiros e entrada de ajuda humanitária ao enclave palestino sitiado.
Enquanto isso, o minério de ferro, outra commodity relevante para a economia do Brasil, encerrou o pregão asiático com alta de 2,86%, no maior valor em três semanas, impulsionado pelo mais recente suporte de liquidez da China.
Os pesos mexicano e chileno avançavam de 0,3% a 0,5% nesta manhã, enquanto, em outros lugares do mundo, o rand sul-africano e o dólar australiano subiam 0,9% e 0,6%, respectivamente. Todas essas são moedas consideradas arriscadas e sensíveis às principais commodities, cujo comportamento o real tende a acompanhar.
Apesar do maior apetite por divisas emergentes, operadores continuavam alertando nesta segunda-feira para os riscos geopolíticos, em meio a temores de envolvimento de outros países do Oriente Médio, como o Irã, no conflito entre Israel e Hamas. Isso poderia levar a uma explosão nos preços do petróleo que afetaria a inflação das principais economias, com impacto sobre os ciclos de política monetária dos bancos centrais.
Nesse contexto “discursos das autoridades do Federal Reserve, do BCE e do Banco da Inglaterra podem fornecer algumas informações muito necessárias sobre a visão dos bancos centrais nesta semana”, disse Moutinho, chamando a atenção ainda para a divulgação de dados sobre a indústria dos EUA e a atividade econômica chinesa ao longo dos próximos dias.
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0888 reais na venda, em alta de 0,76%.
Fonte: Reuters