Dólar cai frente ao real com ajuste e após dados fracos dos EUA
O dólar recuava frente ao real nesta quarta-feira, em ajuste após disparada recente, enquanto os rendimentos dos Treasuries finalmente mostravam alguma retração na esteira de dados de emprego mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos.
Anúncios
Às 10:25 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,12%, a 5,1495 reais na venda. Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, essa baixa “reflete um ajuste técnico após termos tido mais de 2,5% de alta (da divisa norte-americana) nestes dois primeiros dias de outubro”.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1559 reais na venda, em alta de 1,74%, maior patamar de fechamento para a moeda norte-americana desde 28 de março deste ano, quando atingiu 5,1657 reais.
Na B3, às 10:25 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,35%, a 5,1680 reais.
Ao mesmo tempo, criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos ficou bem abaixo do esperado em setembro, mostrou o Relatório Nacional de Emprego da ADP nesta quarta-feira. Foram abertos 89 mil empregos no mês passado no setor privado, contra expectativa em pesquisa da Reuters de criação de 153 mil postos de trabalho.
Na esteira dos dados, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA –que vinham de um rali implacável nos últimos dias– passaram a cair, uma vez que a fraqueza do mercado de trabalho poderia ser uma justificativa para o Federal Reserve não ser tão agressivo em sua postura de política monetária.
Por volta de 10h25, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 4,60 pontos-base, a 4,7559%, depois de tocar máximas desde 2007 mais cedo no pregão.
Ainda assim, o recuo visto nas taxas norte-americanas “é uma reação moderada, já que o mercado ainda vai ter dados de atividade industrial e de petróleo ao longo do dia”, disse Pedro Paulo Silveira, gestor de investimentos e economista da Nova Futura. “A reação mostra o quão cautelosos estão investidores nesse momento do ciclo de alta dos juros.”
Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se valorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficam atraentes quando comparados aos retornos de títulos emergentes, de risco muito maior.
De acordo com Bergallo, da FB Capital, o mercado ainda está “sem direção ou referência” sobre os próximos passos da política monetária do Fed, de forma que devem aguardar ansiosamente o relatório de emprego mais abrangente do governo dos EUA, agendado para sexta-feira, para obter um direcionamento.
Fonte: Reuters