Desmatamento na Amazônia cai 22,3% em 12 meses até julho
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Desmatamento na Amazônia Cai 22,3% e Atinge Menor Nível Desde 2019, Segundo INPE
O desmatamento na Amazônia brasileira registrou uma queda de 22,3% nos 12 meses encerrados em julho de 2023, alcançando o menor nível desde 2019, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A área desmatada totalizou 9.001 km², conforme monitoramento anual do programa Prodes, que utiliza imagens de satélite para estimar com maior precisão a perda da cobertura florestal.
A redução marca uma inversão na tendência de alta observada nos últimos anos e reflete o esforço do governo federal em reverter a degradação ambiental acumulada durante a gestão anterior. Os dados do Prodes são considerados mais robustos e confiáveis do que os números preliminares do sistema de alertas Deter, também operado pelo INPE, mas com foco em detecções rápidas e semanais.
Sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Amazônia registrou recordes de destruição, impulsionados pelo afrouxamento das políticas ambientais, enfraquecimento de órgãos fiscalizadores, e incentivo à ocupação ilegal de terras públicas por garimpeiros, madeireiros e fazendeiros.
Desde que assumiu a presidência no início de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu como prioridade a reconstrução do sistema de proteção ambiental, com foco no combate ao desmatamento e à criminalidade ambiental. O governo reestruturou órgãos como o Ibama e o ICMBio, além de retomar parcerias internacionais e fortalecer a presença do Estado na região amazônica.
A queda nos números foi comemorada como um sinal promissor, mas especialistas alertam que ainda há desafios estruturais importantes, como o avanço do desmatamento ilegal em áreas protegidas, conflitos fundiários e a necessidade de integrar ações de fiscalização, desenvolvimento sustentável e valorização das populações locais.
O governo brasileiro tem usado os dados como argumento para reforçar compromissos climáticos e buscar financiamento internacional para preservação ambiental, principalmente no contexto de ações contra a mudança climática e da preparação para a COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025.
A expectativa agora recai sobre a manutenção da tendência de queda no desmatamento, o fortalecimento das políticas públicas e o engajamento do setor produtivo e da sociedade civil em soluções que equilibrem preservação e desenvolvimento na região amazônica.
(Reportagem de Peter Frontini, em São Paulo)
Fonte: Reuters