Desafios econômicos: Inflação, Petrobras, Embraer e corte de gastos em pauta
Hoje, as atenções se voltam para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve registrar alta de 0,53% na variação mensal e 4,72% no acumulado do ano.
Além disso, investidores reagem ao balanço da Petrobras (PETR3; PETR4), que divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2024 (3T24) na noite de quinta-feira (7).
Ainda dentro da temporada de balanços, os resultados da Embraer (EMBR3), previstos para esta sexta-feira, também são um destaque importante.
O mercado também estará de olho nas discussões em torno do pacote de cortes de gastos obrigatórios, que, após especulações, ainda não foi anunciado oficialmente.
Uma nova reunião entre o presidente Lula e ministros, marcada para hoje, às 14h, deverá definir os rumos dessa pauta fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que havia planejado viajar para São Paulo, cancelou a viagem e permanecerá em Brasília para participar das discussões.
A agenda econômica de hoje inclui a divulgação do IPC-S (semanal) às 8h pela FGV, e o IPCA pelo IBGE às 9h. No cenário internacional, o índice de confiança da Universidade de Michigan será divulgado nos EUA, enquanto na China serão divulgados o índice de preços ao produtor e o índice de preços ao consumidor de outubro, ambos às 22h30.
Pacote de Gastos e Impostos
Em relação ao pacote de cortes de gastos, o governo continua debatendo os detalhes, que envolvem questões como a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para rendimentos mensais de até R$ 5 mil.
A medida gerou debates internos na equipe econômica, especialmente devido ao impacto estimado de R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões nas contas públicas, com o número podendo variar dependendo do formato final do pacote.
Dólar e Volatilidade
O mercado cambial foi marcado por forte volatilidade na sessão de ontem, especialmente no final da tarde. Durante uma entrevista da CNN Brasil, a informação de que o corte de gastos do governo Lula poderia ser de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões gerou uma reação negativa nos mercados, com o dólar atingindo a máxima de R$ 5,7247, uma alta de 0,83%.
Contudo, após um desmentido oficial do governo, o dólar perdeu força e se aproximou da estabilidade. Além disso, o Federal Reserve (Fed) cortou sua taxa de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,50% e 4,75%, conforme esperado pelo mercado. No entanto, esse movimento não teve um impacto decisivo nas cotações no Brasil, e o dólar fechou com pouca variação.
Política Internacional: Biden no Brasil
Na política internacional, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teve uma conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a ligação, que durou cerca de 30 minutos, Biden confirmou sua participação na Cúpula de Líderes do G20, que acontecerá nos dias 18 e 19 deste mês, no Rio de Janeiro.
Os dois também trataram de temas como a visita de Biden a Manaus, prevista antes da cúpula, e a adesão dos EUA à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A visita de Biden ao Amazonas terá foco em questões ambientais, como o enfrentamento das mudanças climáticas e a proteção das florestas.
Esses serão alguns dos principais tópicos que deverão movimentar os mercados e a política nesta sexta-feira, 8 de novembro.