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VALORES: UM VALOR COMPETITIVO
Aprendi, uns anos atrás, com o Ken O’DonneII, que os valores organizacionais formam um campo de possibilidades. O que está dentro do campo é possível e, o que não está, não é possível. É uma abordagem dura para um país de “jeitinhos”, mas é a única que realmente funciona… Valores se aprendem tipicamente por exemplo. Se você permite exceções, perde a credibilidade. Afinal, se podem ser quebrados, não são valiosos.
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Um tempo depois, o Ken fundou um instituto chamado Vivendo Valores e aprofundou a abordagem, focando-a sobre os significados reais de valores universais como Paz, Liberdade e Ética. O Kotler, no livro Marketing 3.0, chama este conjunto de valores de permissão para jogar. Segundo ele, nem precisariam estar nas declarações das empresas. Deveriam ser filtros de contratação. Concordo 100%.
Ele ainda diz que existem os valores de aspiração, aqueles que a empresa não tem, mas que a gestão espera alcançar. E os valores acidentais aqueles que são adquiridos como resultado de características de personalidade comuns dos empregados. Estes dois tipos são pouco úteis. Os primeiros ainda não são os outros não possuem consistência.
E existem os valores essenciais, aqueles que constituem a verdadeira cultura corporativa e que norteiam as atitudes de todos. Estes são a expressão íntima de nossa identidade e de nossa singularidade.
São os que devem ser cultiva dos e compartilhados formal mente. Primeiro porque os valores são a pedra fundamental do senso de justiça interna de uma organização. E este senso, que também é chamado de Fairness, é pré-requisito para engajamento. E engajamento gera produtividade. E produtividade gera lucro.
Só que cada um de nós percebe o que é justo de uma forma diferente… Alguns são fãs da meritocracia, outros da liberdade, outros da igualdade… Numa empresa, o senso de justiça é baseado em contratos. Contratos de desempenho, contratos de remuneração, contratos de desenvolvimento, contratos de lealdade…
E, da mesma forma que uma lei tem que ser coerente com a constituição de um país estes contratos para cumprirem com eficácia suas funções, têm que ser coerentes com a declaração de valores. Para explorar como isto funciona leia “Justiça” do Michael Sandel…
O segundo motivo e que, junto com os comportamentos habituais, os valores formam a base da cultura organizacional. E a cultura organizacional é espel ho da dinâmica da organização.
A cultura reflete quão criativos nós somos, como colaboramos uns com os outros, como percebemos o contexto e as oportunidades, como tomamos decisões, quão rápidos somos na mudança, quão disciplinados somos, quão resilientes…
A cultura organizacional determina quão competitivos nós somos no contexto e na conjuntura em que estamos inseridos. É um ativo invisível, muito difícil de ser copiado.