Com taxa Selic em 12,75%, o crédito privado ainda é uma boa opção? Profissionais do mercado pesam
Após um período de incertezas e volatilidade no mercado de crédito privado, gestoras financeiras estão se reposicionando para explorar novas oportunidades.
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Com a perspectiva de redução das taxas de juros e a reabertura do mercado primário, gestores estão ajustando suas carteiras para obter retornos mais atrativos.
Neste cenário, o mercado primário, que estava inativo por um tempo, voltou a se mostrar promissor, e a queda nos spreads tem atraído a atenção dos investidores.
Investimentos Insuficientes no Saneamento Básico
A universalização do sistema de saneamento básico até 2033 é uma meta importante para o Brasil, mas o ritmo de investimento atual ainda é insuficiente para alcançá-la.
Segundo o economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marcelo Trindade, seriam necessários investimentos anuais de R$ 31,5 bilhões para atingir essa meta.
No entanto, a média de investimentos entre 2008 e 2021 foi de pouco mais da metade desse valor, o que indica que a universalização provavelmente só será alcançada em torno de 2040.
Perspectivas no Mercado de Títulos de Dívida
Com a reabertura do mercado primário e a redução dos spreads, gestores de fundos estão buscando oportunidades em títulos de dívida corporativa de qualidade que ainda oferecem retornos atrativos.
Embora os spreads tenham diminuído consideravelmente para debêntures com rating AAA, eles permanecem relativamente altos para papéis com rating AA e A.
Isso está levando gestores a explorar ativos de maior risco, mas que ainda se enquadram em critérios aceitáveis.
Setores e Emissões em Foco
A retomada das emissões no mercado primário tem gerado interesse em empresas que recentemente acessaram esse mercado, como Taesa e Eletrobras, bem como em empresas menos conhecidas, como a Enauta, do setor de exploração de petróleo.
Além disso, setores como o de logística, com empresas como Grupo JSL, Localiza e Grupo Unidas, têm atraído a atenção dos investidores devido à possibilidade de venda de ativos para gerar liquidez, o que é vantajoso em momentos de necessidade de redução do endividamento.
Debêntures e Alternativas ao Mercado de Ações
As mudanças no cenário tributário, como a possível taxação de dividendos e o fim do pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP), estão levando empresas a considerar a emissão de debêntures em vez de ações.
Emitir dívida pode ser uma estratégia para manter mais dinheiro em caixa no balanço e reduzir a base tributável, resultando em menor carga tributária.
Isso pode incentivar as empresas a considerar a emissão de dívida como uma opção atraente para captar recursos.
Investimentos em Infraestrutura como Oportunidade
O governo federal lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos significativos em infraestrutura nos próximos anos.
Esse plano deve impulsionar projetos de infraestrutura, incluindo a construção de rodovias e linhas de transmissão.
A expectativa é de que haja oportunidades tanto para fundos de infraestrutura quanto para emissões de debêntures incentivadas nesse setor.