Chairman da chinesa Evergrande é investigado sobre transferências de ativos offshore, diz WSJ

 

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Chairman da chinesa Evergrande é investigado sobre transferências de ativos offshore, diz WSJ

O presidente do conselho de administração da China Evergrande Group, Hui Ka Yan, está sendo formalmente investigado por autoridades chinesas sob a suspeita de transferências ilícitas de ativos para o exterior, segundo informou o Wall Street Journal nesta segunda-feira. A revelação representa mais um desdobramento crítico na já delicada situação da gigante do setor imobiliário, que enfrenta uma das maiores crises de endividamento corporativo da história recente.

Na última sexta-feira, a própria Evergrande confirmou que seu presidente estava sob vigilância policial, acusado de envolvimento em crimes não especificados, elevando a preocupação sobre o futuro da empresa e da sua capacidade de concluir um processo já complexo de reestruturação da dívida externa (offshore).

O cenário se agravou na semana passada, quando a Evergrande anunciou que não poderá emitir novos títulos de dívida, uma condição considerada essencial para viabilizar os termos de reestruturação. A restrição foi imposta devido à investigação em andamento sobre a sua principal unidade operacional na China, afetando diretamente a credibilidade da empresa junto aos credores internacionais.

Segundo informações da Reuters, um grupo de credores estrangeiros está preparando uma petição judicial para a liquidação da empresa, caso a Evergrande não apresente um novo e viável plano de reestruturação até o fim de outubro. Essa medida drástica pode representar o fim das tentativas de recuperação judicial e acelerar um colapso formal da companhia.

Com um passivo superior a US$ 300 bilhões, a Evergrande tornou-se o símbolo de uma crise sistêmica no setor imobiliário chinês, que começou a se desenhar em 2021 e desde então tem afetado uma série de outras incorporadoras, abalando a confiança dos investidores e pressionando o governo de Pequim a intervir de maneira seletiva no mercado.

A Evergrande ainda não respondeu aos pedidos de comentário da imprensa internacional, enquanto os desdobramentos seguem sendo monitorados de perto por investidores, autoridades financeiras e analistas ao redor do mundo. A deterioração da situação coloca em xeque não apenas a sobrevivência da empresa, mas também a estabilidade de um setor estratégico para a economia da China, responsável por uma parcela significativa do PIB e da geração de empregos no país.

(Reportagem de Urvi Dugar em Bengaluru)

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