BC reduz estimativa de expansão do crédito em 2023 para 7,3%, ante 7,7%
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O Banco Central revisou sua projeção para o crescimento do crédito no Brasil em 2023, reduzindo a estimativa de expansão de 7,7% para 7,3%, conforme divulgado no Relatório Trimestral de Inflação desta quinta-feira. A nova projeção reflete uma visão mais cautelosa da autoridade monetária quanto à dinâmica do mercado de crédito, em meio a um ambiente econômico desafiador e taxas de juros ainda elevadas.
Apesar da leve revisão, a previsão para o crédito destinado às famílias foi mantida em 9,9%, o que indica resiliência da demanda por financiamento por parte das pessoas físicas, mesmo diante de um cenário de aperto monetário. Por outro lado, o crescimento do crédito para empresas foi revisto para baixo, passando de 4,4% para 3,4%, evidenciando uma possível desaceleração nos investimentos corporativos e menor apetite por financiamentos no setor produtivo.
Em relação à composição do crédito, o Banco Central prevê agora que o estoque de crédito livre – modalidade em que as taxas de juros são negociadas livremente entre bancos e tomadores – terá uma expansão de 5,7% em 2023. Anteriormente, a projeção era de crescimento de 6,3%. Já para o crédito direcionado, que segue normas e condições definidas pelo governo, a estimativa permanece estável, com avanço de 9,6% neste ano.
Além das projeções para 2023, o Banco Central também apresentou suas expectativas para o ano de 2024. Segundo o relatório, o crescimento total do estoque de crédito no país deve ser de 8,5% no próximo ano. Dentro desse cenário, o crédito para pessoas físicas tende a manter o ritmo de expansão, com previsão de alta de 9,2%, enquanto o crédito para pessoas jurídicas deve crescer 7,4%.
Para o próximo ano, o crédito com recursos livres deve apresentar expansão de 7,9%, enquanto o crédito direcionado deve avançar 9,3%, mantendo-se como um dos motores mais estáveis do mercado de crédito nacional. As projeções do Banco Central mostram que, mesmo com um crescimento mais moderado em 2023, há expectativa de recuperação gradual para o ano seguinte, especialmente impulsionada pelo crédito ao consumo das famílias.
Esses números refletem tanto os impactos das condições macroeconômicas atuais quanto as perspectivas de melhora no ambiente financeiro ao longo de 2024.
(Por Bernardo Caram)