Americanas desiste de venda da Uni.co

 

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Americanas desiste de venda da Uni.co

A Americanas, atualmente envolvida em um dos maiores processos de recuperação judicial da história do Brasil, informou nesta quarta-feira a suspensão do processo de venda de sua participação no Grupo Uni.co, holding que controla marcas como Imaginarium e Puket. A decisão foi comunicada ao mercado por meio de fato relevante.

Segundo a varejista, as propostas recebidas até o momento não refletem o real valor do ativo, motivo pelo qual a empresa optou por encerrar, temporariamente, as negociações em andamento. Apesar disso, a Americanas não descarta a possibilidade de retomar o processo de desinvestimento futuramente, destacando que poderá reavaliar a operação “em momento oportuno”, conforme as condições de mercado evoluírem.

A venda da participação no Grupo Uni.co fazia parte da estratégia da Americanas para levantar recursos e reestruturar suas finanças, no contexto de sua recuperação judicial. A companhia tem buscado racionalizar seu portfólio de ativos, reduzir custos e recompor liquidez, após a revelação de inconsistências contábeis bilionárias no início de 2023, que desencadearam a crise que levou à abertura do processo judicial.

Embora a suspensão da venda represente um revés momentâneo no plano de recuperação, a empresa reforçou que continua avaliando alternativas que maximizem valor para seus credores e acionistas, respeitando os princípios do plano apresentado à Justiça.

O Grupo Uni.co, controlado em parte pela Americanas, é dono de marcas relevantes no varejo de presentes, moda e acessórios. Com presença consolidada em shopping centers e canais digitais, os ativos são considerados estratégicos e com valor de mercado atrativo — o que reforça a avaliação da Americanas de que as propostas recebidas até agora subestimaram o potencial do negócio.

A decisão de suspender a venda indica que a empresa prefere esperar condições mais favoráveis ou novas ofertas mais alinhadas ao valor estimado do ativo, ao invés de realizar um desinvestimento apressado e potencialmente prejudicial aos interesses do grupo em recuperação.

Em meio ao processo judicial e ao esforço para reestruturação, o mercado segue atento aos próximos passos da Americanas, especialmente no que diz respeito a renegociações com credores, liquidação de ativos não essenciais e recomposição de suas operações no varejo físico e digital.

 

(Por Alberto Alerigi Jr.)

Fonte: Reuters

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