A Resposta dos Supermercados à Deflação: Redução de Estoques e Novas Estratégias

A deflação no Brasil teve uma influência notável sobre as grandes varejistas, especialmente nos setores de alimentos. O IPCA mostrou uma queda geral de 0,08% em junho, com produtos como óleo de soja e leite perdendo 9% e 3%, respectivamente. Isso levou a uma redução significativa nos estoques, conforme relatado pelas grandes empresas Assaí e Carrefour.

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A Resposta dos Supermercados à Deflação: Redução de Estoques e Novas Estratégias. (Foto: reprodução/internet)

A Redução de Estoques em Detalhes

Os números revelam uma queda drástica nos estoques. O Carrefour, por exemplo, viu seus estoques caírem para R$ 8,6 bilhões, ou 45 dias, comparado com R$ 12 bilhões, ou 64 dias, no primeiro trimestre.

No Assaí, os estoques no balanço patrimonial saíram de R$ 6,46 bilhões em dezembro último para R$ 6,3 bilhões. Essas quedas ocorrem em um momento crítico, quando ambas as companhias estão em expansão.

Comentários dos CEOs sobre a Deflação

O diretor executivo do Carrefour, Stéphane Maquaire, falou sobre o desafio específico que a deflação apresenta ao setor de atacarejo:

“Se a gente fica com um estoque grande no momento em que cada dia ele vale menos, você tem uma situação que é negativa para as margens”.

Belmiro Gomes, CEO do Assaí, também expressou preocupação, observando que os proprietários de restaurantes e bares também observam essa tendência e acabam “levando apenas o necessário”.

A Lógica da Deflação e seu Impacto na Indústria

Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, comparou a situação atual com a época de alta inflação, afirmando que “Existe uma pressão na indústria para tentar capturar um preço médio entre a inflação e a deflação que ajude os empresários e no fechamento das contas”.

Ela também observou que o atacarejo é mais impactado pela deflação, uma vez que os empresários tendem a formar estoques maiores do que as famílias.

O Lado Positivo: Melhora no Capital de Giro

A redução de estoques tem um lado positivo: uma melhora no capital de giro. Assaí e Carrefour liberaram parte do caixa gasto em estoques, gerando R$ 1,8 bilhão de reais para cada empresa.

No entanto, Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, alertou que “Essa melhora que a gente viu no capital de giro, principalmente na linha de fornecedores, e estoque diminuindo nos dias é pontual. Ela acompanha esse contexto da inflação”.

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