Bombardeios israelenses em Gaza: Rafah e região sob risco

 

A escalada da violência: O contínuo bombardeio israelense em Rafah e regiões de Gaza deixa população em perigo

De acordo com relatos de testemunhas, o ritmo dos ataques israelenses acelerou nos últimos dois dias, com sons de explosões e tiros que indicam combates intensos quase ininterruptos.

Cairo (Reuters) – As forças israelenses bombardearam Rafah e outras áreas da Faixa de Gaza e entraram em combate direto com militantes liderados pelo grupo islâmico palestino Hamas, de acordo com relatos de moradores e militares israelenses.

Os moradores afirmaram que os israelenses pareciam estar buscando encerrar a captura de Rafah, a cidade no extremo sul do enclave que tem sido o epicentro de um ataque israelense desde o início de maio.

Os tanques estavam avançando nas partes oeste e norte da cidade, após já terem conquistado o leste, sul e centro. As forças israelenses realizaram disparos aéreos, terrestres e navais ao largo da costa, resultando em uma nova onda de deslocamento da população, que abrigava mais de um milhão de pessoas deslocadas, a maioria das quais teve que fugir novamente.

As autoridades de saúde palestinas informaram que pelo menos 12 palestinos foram mortos em ataques militares israelenses separados na sexta-feira.

Os militares israelenses divulgaram nesta sexta-feira que suas operações estavam sendo conduzidas de forma “precisa e baseada em inteligência” na região de Rafah, onde as tropas estavam engajadas em combates corpo a corpo e haviam descoberto túneis utilizados pelos militantes. Ações semelhantes também foram relatadas em outras partes do enclave.

Alguns moradores de Rafah relataram que a intensidade dos ataques israelenses aumentou nos últimos dois dias. Relataram que os sons de explosões e tiros indicando combates intensos têm sido quase constantes.

“A noite passada foi uma das piores noites no oeste de Rafah, com drones, aviões, tanques e navios de guerra bombardeando a área. Sentimos que a ocupação está tentando consolidar o controle da cidade”, afirmou Hatem, de 45 anos, contatado por mensagem de texto.

“Eles estão enfrentando ataques intensos por parte dos combatentes da resistência, o que pode estar diminuindo sua velocidade”, completou.

Depois de mais de oito meses de conflito em Gaza, a ofensiva de Israel agora está concentrada nas duas últimas áreas que ainda não haviam sido invadidas: Rafah, no extremo sul de Gaza, e a região ao redor de Deir al-Balah, no centro.

“Toda a cidade de Rafah é considerada uma área de operações militares israelenses”, declarou Ahmed Al-Sofi, prefeito de Rafah, em uma declaração divulgada pela mídia do Hamas na sexta-feira.

“A cidade vive uma catástrofe humanitária e as pessoas estão morrendo em suas tendas devido aos bombardeios israelenses”, acrescentou. Al-Sofi relatou a falta de instalações médicas funcionais na cidade e a escassez de alimentos e água para os moradores deslocados.

Dados palestinos e da ONU apontam que menos de 100.000 pessoas podem ter permanecido no lado oeste da cidade, que abrigava mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza antes do início do ataque israelense em maio.

As forças militares acusaram o Hamas de utilizar civis palestinos como escudos humanos, alegação que o grupo nega.

A ofensiva aérea e terrestre de Israel foi desencadeada após militantes liderados pelo Hamas invadirem o sul de Israel em 7 de outubro, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas e mais de 250 reféns, de acordo com registros israelenses.

A escalada do conflito deixou Gaza em ruínas, com mais de 37.400 mortos, conforme relatado pelas autoridades de saúde palestinas, e deixou praticamente toda a população desabrigada e desamparada.

 

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