Procon regula preços do arroz no DF após aumento súbito; saiba seus direitos!
Diante da maior catástrofe climática já registrada na história do Rio Grande do Sul, que já afeta mais de 2 milhões de pessoas, os consumidores de Brasília estão preocupados com a possível escassez de arroz nas prateleiras dos supermercados.
No entanto, entidades do Rio Grande do Sul garantem que o grão não faltará na mesa dos brasilienses, apesar do aumento dos preços. Isso ocorre porque grande parte da safra que abastece o país é proveniente da região Sul. Além disso, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) tem realizado fiscalizações no comércio local.
Segundo o Procon, os preços do arroz tiveram variações superiores a 100% nos últimos dias. Os fiscais do órgão visitaram 94 estabelecimentos em toda a capital federal entre os dias 20 e 24 de maio, pesquisando os preços de mais de 50 marcas de arroz branco.
O levantamento constatou que o preço mais alto cobrado por um pacote de cinco quilos foi de R$ 54,99, enquanto o valor mais baixo identificado foi de R$ 26,89 – uma diferença de mais de 100% no preço do produto.
A aposentada Iva Cristina, de 59 anos, moradora de Ceilândia, ficou assustada com o aumento do preço do arroz, um alimento considerado essencial em sua dieta familiar. O arroz é um dos alimentos com um bom balanço nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína necessária para um adulto.
Outra moradora de Brasília, a autônoma Janaína Cury, de 58 anos, também sentiu o aumento nos preços do arroz. Ela relata que tem feito pesquisas em vários mercados antes de comprar o produto, mas está difícil encontrar arroz gaúcho – e de outros estados – a preços mais acessíveis.
Janaína afirma que os supermercados estão se aproveitando da situação, aumentando os preços do arroz devido à crise no Sul, o que gera uma associação automática na mente das pessoas com uma possível escassez do produto.
O aposentado José Otávio, de 65 anos, acredita que há um exagero em relação à possível falta de arroz, mesmo com a liberação de R$ 6,7 bilhões pelo governo federal para a compra de arroz importado.
Ele destaca que o arroz está mais caro, mas ressalta que os próprios produtores do Rio Grande do Sul afirmaram recentemente que não haverá desabastecimento do produto. A mensagem é clara: não há necessidade de compras excessivas por parte dos consumidores.
O economista e coordenador do Instituto de Direito Público (IDP) de Brasília, Mathias Schneid, explica que o aumento nos preços de outros alimentos pode ocorrer devido à redução na oferta.
Ele destaca que a diminuição na colheita provoca uma escassez dos produtos nos estabelecimentos comerciais, o que, aliado à demanda constante, resulta em aumento de preços. Schneid ressalta que a possibilidade de prejuízos devido a condições climáticas adversas pode impactar os preços, devido à escassez do produto.
Em relação à produção de arroz, o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional. Segundo o diretor-executivo da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Anderson Belloli, a maior parte da safra da região já havia sido colhida antes dos temporais que atingiram o estado.
Ele tranquiliza os consumidores brasilienses, afirmando que a produção de arroz no Rio Grande do Sul este ano é superior à de anos anteriores, o que descarta qualquer possibilidade de falta do produto.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que, nos meses de março e abril, os preços do arroz registraram queda devido à maior oferta do cereal no mercado interno, resultado do período de colheita.
Porém, entre 25 de abril e 28 de maio, os preços do arroz subiram, em média, 1,08%, de acordo com monitoramento da entidade. A Abras ressaltou que o abastecimento dos supermercados está dentro da normalidade e orientou os consumidores a pesquisar preços e promoções nas lojas físicas e no comércio eletrônico.
A entidade também destacou que não há expectativa de aumento nos preços de outros produtos em função da crise enfrentada pelo Rio Grande do Sul, deixando claro que o setor produtivo continua em diálogo com o governo federal para tratar de questões logísticas e de comercialização do arroz.
Atualmente, existem mais de 60 marcas de arroz disponíveis no mercado, com diferentes faixas de preço para atender a demanda das famílias brasileiras.