Vendas no varejo da zona do euro caem em setembro e expõem demanda fraca do consumidor
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Vendas no Varejo da Zona do Euro Caem em Setembro e Reforçam Sinais de Recessão
As vendas no varejo da zona do euro recuaram 0,3% em setembro na comparação com o mês anterior, conforme divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia. O resultado veio praticamente em linha com as expectativas do mercado, que projetavam queda de 0,2%.
Na comparação anual, a retração foi ainda mais expressiva: queda de 2,9% frente a setembro de 2022, evidenciando a fraqueza persistente da demanda dos consumidores europeus diante de inflação elevada, juros altos e incerteza econômica.
Quedas Lideradas por Produtos Não Alimentícios e Vendas Online
O principal fator para a contração mensal foi o recuo de 1,9% nas vendas de produtos não alimentícios, incluindo comércio eletrônico, que tem sido particularmente impactado. Também houve queda de 0,9% nas vendas de combustíveis automotivos, refletindo menor mobilidade e possível contenção de gastos por parte dos consumidores.
Na comparação anual, os setores mais afetados foram:
- 🛒 Vendas online e não alimentícias: forte retração;
- ⛽ Combustíveis: quedas acentuadas tanto no mês quanto no acumulado de 12 meses.
Contexto Econômico: Zona do Euro em Alerta de Recessão
Os dados do varejo se somam a outros indicadores negativos da economia da região:
- O PIB da zona do euro encolheu 0,1% no terceiro trimestre;
- Pesquisas com gerentes de compras (PMIs) apontam para um início fraco do quarto trimestre;
- Confiança do consumidor e da indústria permanece em níveis baixos, pressionada por custos elevados, incerteza geopolítica e desaceleração do comércio global.
Esses fatores aumentam o risco de recessão técnica — definida por dois trimestres consecutivos de retração —, especialmente se a atividade continuar deteriorando-se nos últimos meses do ano.
Perspectivas para o Varejo e Política Monetária
Com os juros ainda elevados e o Banco Central Europeu sinalizando pausa nos aumentos, os analistas esperam que as condições de crédito sigam apertadas por mais tempo, o que deve continuar afetando o consumo das famílias.
A recuperação do varejo dependerá de fatores como:
- 🏦 Flexibilização futura da política monetária;
- 📉 Alívio da inflação;
- 💸 Melhora no poder de compra da população.
Enquanto isso, o setor varejista europeu deve continuar enfrentando desafios estruturais e conjunturais, com consumidores mais cautelosos e empresas pressionadas a adaptar seus modelos de negócio a um cenário de demanda enfraquecida e margens reduzidas.
(Reportagem de Phil Blenkinsop)
Fonte: Reuters