Plano de minoritário para Telecom Italia inclui 16 bi de euros em vendas de ativos, incluindo TIM


Plano de minoritário para Telecom Italia inclui 16 bi de euros em vendas de ativos, incluindo TIM

A venda das operações voltadas a usuários domésticos da Telecom Italia e da unidade brasileira TIM pode levantar pelo menos 16 bilhões de euros, disse um ex-executivo sênior do grupo italiano endividado em entrevista publicada nesta quinta-feira.

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As vendas sugeridas são os principais pilares de um plano de renovação apresentado pelo ex vice-diretor geral da Telecom Italia, Stefano Siragusa, e pela empresa de investimentos Merlyn Advisors, sediada em Londres, que juntos possuem menos de 3% da companhia italiana.

Merlyn e Siragusa são contrários ao plano da Telecom Italia de vender sua rede de telefonia fixa para a empresa norte-americana de investimentos KKR.

A venda dessa rede é apoiada pelo governo italiano, que autorizou o Tesouro do país a comprar uma participação de 15% a 20% no ativo que considera estratégico.

Fontes disseram anteriormente que a oferta da KKR vale 23 bilhões de euros, incluindo a dívida e um potencial pagamento condicional futuro no valor de 2 bilhões de euros.

Os diretores da Telecom Italia darão início na sexta-feira a uma análise da oferta vinculante da KKR para o ativo mais valioso da TIM, que está no centro do plano do presidente-executivo, Pietro Labriola, para reestruturar a empresa.

Siragusa, por sua vez, disse ao jornal Il Sole 24 Ore que “queremos simplificar o negócio doméstico da TIM e vender suas várias operações para obter pelo menos 9 bilhões de euros”.

Ele também disse que espera arrecadar pelo menos 7 bilhões de euros com a venda da participação de 67% da Telecom Italia na TIM no Brasil, que vale cerca de 4,6 bilhões de euros ao preço atual de mercado.

A analista do Intesa Sanpaolo, Antonella Frongillo, chamou as avaliações sugeridas de “ambiciosas”, enquanto Andrea De Vita, do Banca Akros, avaliou as operações domésticas da Telecom Italia em pouco mais de 4 bilhões de euros.

Qualquer negócio que envolva os ativos da Telecom Italia também está sujeito à análise do governo italiano, que possui um “golden power” sobre a empresa, que permite que Roma bloqueie qualquer transação ou estabeleça seus termos.

O principal investidor da Telecom Italia, o grupo francês Vivendi, que expressou grandes reservas sobre a venda da rede de telefonia fixa, pediu ao conselho que examinasse completamente a proposta “TIMValue”, de Merlyn e Siragusa, antes de qualquer decisão sobre a rede, conforme mostrou uma carta datada de 1º de novembro e vista pela Reuters.

“A verdadeira questão é envolver o maior número possível de acionistas em um projeto diferente daquele proposto pela administração”, disse o ex-executivo.

Na carta, a Vivendi critica a decisão da Telecom Italia de não envolver o comitê interno de partes relacionadas do grupo telefônico no acordo de rede da KKR e reiterou que estava pronta para desafiar a diretoria na Justiça sem uma votação dos acionistas sobre o assunto.

“Observamos uma exacerbação da situação geral e um risco crescente de uma disputa legal à frente”, disse Frongillo, do Intesa.

(Por Giulia Segreti e Elvira Pollina)

Fonte: Reuters

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