Dólar cai frente ao real com foco passando para decisões de política monetária e Haddad
O dólar caía nesta segunda-feira, em meio a negociações instáveis, com investidores passando a focar as decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil desta semana, enquanto aguardavam fala do ministro da Fazenda após descontentamento na última sessão com falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a meta de resultado primário do ano que vem.
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Às 10:14 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,47%, a 4,9896 reais na venda.
Na B3, às 10:14 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,58%, a 4,9900 reais.
Embora tenha ficado no vermelho durante toda a primeira hora de negócios, houve alguma instabilidade no ritmo de queda do dólar nesta manhã, com a moeda “ora acompanhando a fragilidade da divisa americana no mercado internacional, ora respondendo a movimento de proteção no aguardo da entrevista coletiva do ministro da Fazenda ainda nesta manhã”, disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará entrevista coletiva a partir das 10h30 desta segunda-feira, e a expectativa de Rugik e outros participantes do mercado é de que ele ofereça esclarecimentos sobre a fala de Lula da semana passada, quando afirmou que dificilmente o governo alcançará a meta de zerar o déficit primário no ano que vem.
Na sexta, após os comentários de Lula, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0132 reais na venda, em alta de 0,44%, abandonando perdas anteriores de mais de 1%.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de partes fortes caía 0,30%, em linha com trégua na liquidação dos Treasuries conforme o mercado aguardava a decisão do Federal Reserve de quarta-feira.
Com ampla expectativa de que o Fed deixe os custos dos empréstimos inalterados, o foco ficará para sinalizações das autoridades em relação aos próximos passos.
“Entendemos que o comitê (de decisão de juros do Fed) optará por adotar uma comunicação aberta, reconhecendo os progressos feitos no mercado de trabalho e também na inflação, mas pontuando que a atividade mais forte seguirá como um risco para o cenário inflacionário à frente, o que poderia demandar ajustes futuros”, disse o BTG Pactual em relatório a clientes.
No Brasil, a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que acaba na quarta-feira, deve concentrar as atenções.
O Copom provavelmente cortará os juros básicos em meio ponto percentual quando se reunir nesta semana, mantendo um ritmo cauteloso de afrouxamento monetário diante do agravamento de riscos externos, previram economistas consultados pela Reuters.
Fonte: Reuters