UE olha para futuro em cúpula sobre imigração e ampliação do bloco

Os 27 líderes nacionais da União Europeia (UE) se reúnem nesta sexta-feira para buscar maneiras de evitar uma nova crise imigratória e enfrentar o desafio existencial de longo prazo de trazer para o bloco novos países, potencialmente tão grandes e complexos quanto a Ucrânia.
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Itália e Espanha expressaram preocupação com o aumento da imigração irregular neste ano para suas ilhas, enquanto as águas gregas em junho foram o local do naufrágio mais mortal da Europa em anos, que matou centenas de imigrantes.
A Alemanha, o país de destino preferido de muitos dos imigrantes que chegam à Europa, introduziu controles de fronteira, dizendo que a medida é necessária para reprimir os contrabandistas que trazem pessoas ao seu território.
A decisão foi tomada depois que a Alemanha relatou um aumento de quase 80% nos pedidos de asilo até o momento neste ano, o que preocupa a coalizão governista de centro-esquerda que enfrenta a extrema-direita nas eleições locais na Baviera em 8 de outubro.
A vizinha Polônia realizará uma eleição nacional uma semana depois, em 15 de outubro.
O país se recusa a receber os recém-chegados do Oriente Médio e da África, embora tenha dado abrigo a vários milhões de ucranianos que fugiram da invasão russa.
Outros países do centro e do leste da UE também estabeleceram controles de fronteira dentro do que normalmente é uma zona de livre circulação, citando a necessidade de reprimir os traficantes de pessoas e os imigrantes que evitam as passagens regulares de fronteira e os procedimentos de entrada.
A principal autoridade de imigração da UE, bloco que abriga 450 milhões de pessoas, disse na semana passada que houve 250.000 chegadas desse tipo até agora em 2023 – ainda muito abaixo de 2015, quando mais de 1 milhão de pessoas atravessaram o mar.
Mas o assunto é politicamente delicado e a retórica e as políticas anti-imigração estão em alta em alguns países da UE antes das eleições para o Parlamento Europeu em junho de 2024.
Reunidos em Granada, na Espanha, os 27 líderes também discutirão o caminho estratégico para a UE depois de anos marcados por crises, desde a pandemia da Covid-19 até a guerra entre Rússia e Ucrânia e a crise energética de 2022, e por desafios como as mudanças climáticas e a rivalidade econômica com a China.
Entre os países interessados em fazer parte do bloco estão Ucrânia, Moldávia e alguns nos Balcãs Ocidentais. Todos eles precisam atender a vários requisitos para se qualificar, o que significa que as negociações de adesão levam anos. Em 2020, o Reino Unido se tornou o primeiro país a deixar o bloco.
(Reportagem de Gabriela Baczynska)
Fonte: Reuters
