Polícia encontra corpos de suspeitos de execução por engano de médicos no Rio, dizem fontes

A polícia do Rio de Janeiro encontrou no fim da noite de quinta-feira quatro corpos de suspeitos de envolvimento com a execução por engano de três médicos na orla da cidade, disseram nesta sexta-feira, sob condição de sigilo, investigadores que acompanham o caso.
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Os corpos foram abandonados na zona oeste da capital fluminense, região que vive um conflito violento entre diferentes grupos de milicianos e traficantes de drogas que disputam territórios, de acordo com as fontes.
“Nossa linha de investigação é que teriam sido mortos por conta da execução dos médicos“, disse uma das fontes.
Uma segunda fonte acrescentou: “Esses mortos fariam parte de um grupo de extermínio que age na região. Estamos vendo agora se todos participaram da morte dos médicos.“
Os corpos foram encontrados com marcas de tiros e facadas. De acordo com as fontes, eles teriam sido executados por ordem de um “tribunal do crime” por conta da morte dos médicos por engano em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, também na zona oeste, na noite de quarta-feira.
A principal hipótese de investigação da polícia é que os médicos tenham sido mortos por engano porque um deles seria fisicamente parecido com um miliciano que era alvo de rivais.
Os médicos estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso de ortopedia. Entre eles estava o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), o que levou a Polícia Federal a ingressar no caso a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que apontou “hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais” para a execução.
Procurado, o Ministério da Justiça não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre as novas informações a respeito dos assassinatos.
O secretário-executivo do ministério, Ricardo Capelli, foi enviado ao Rio de Janeiro para se encontrar com o governador Cláudio Castro. Ele já descartou a possibilidade de federalização do caso.
Fonte: Reuters
