Kazimir diz que alta de juros pelo BCE em setembro pode ter sido o último

 

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Kazimir diz que alta de juros pelo BCE em setembro pode ter sido o último

O membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Peter Kazimir, afirmou nesta quinta-feira que o aumento da taxa de juros promovido na última reunião da instituição provavelmente marcou o fim do atual ciclo de aperto monetário. No entanto, ele ponderou que ainda é necessário aguardar os próximos dados econômicos para confirmar essa avaliação, especialmente nas reuniões de política monetária previstas para dezembro deste ano e março de 2024.

“Vou repetir que acredito firmemente, também com base nos números mais recentes do núcleo da inflação, que o aumento da taxa na última reunião foi o último”, declarou Kazimir, destacando sua convicção pessoal de que o BCE alcançou o pico do atual ciclo de elevações. O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, tem sido um dos principais indicadores acompanhados pelo BCE para calibrar suas decisões de política monetária.

Apesar dessa sinalização, Kazimir fez questão de enfatizar a necessidade de cautela. Segundo ele, apenas com base nos dados concretos apresentados nas próximas reuniões será possível confirmar, com segurança, que os juros realmente atingiram seu ponto máximo. “Precisamos realmente estar convencidos de que estamos no pico quando se trata de juros”, afirmou, sugerindo que o BCE deve manter uma postura vigilante, baseada em evidências, antes de declarar encerrado o ciclo de alta.

O BCE elevou as taxas de juros em setembro pela décima vez consecutiva, como parte de seu esforço para conter a inflação persistente que tem pressionado a economia da zona do euro nos últimos dois anos. Contudo, com os sinais recentes de desaceleração inflacionária e crescimento moderado do PIB no bloco, o debate entre os formuladores de política monetária se intensificou quanto à necessidade de novos aumentos.

As declarações de Kazimir refletem uma crescente corrente dentro do BCE que defende a manutenção das taxas em níveis elevados por mais tempo, ao invés de novas elevações, caso os indicadores econômicos mostrem que a inflação está efetivamente convergindo para a meta de 2% no médio prazo.

Com isso, as próximas reuniões do BCE serão decisivas não apenas para confirmar se o pico dos juros foi alcançado, mas também para definir por quanto tempo a política monetária permanecerá em terreno restritivo. Os mercados financeiros e analistas acompanharão de perto os dados de inflação, atividade econômica e mercado de trabalho da zona do euro nos próximos meses, em busca de sinais mais claros sobre os rumos da política monetária europeia.

(Reportagem de Jan Lopatka e Jason Hovet)

Fonte: Reuters

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