Concessão de empréstimos no Brasil sobe 9,4% em agosto, estoque de crédito avança 1,1%, diz BC

 

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Concessão de empréstimos no Brasil sobe 9,4% em agosto, estoque de crédito avança 1,1%, diz BC

As concessões de empréstimos no Brasil apresentaram crescimento significativo no mês de agosto, com avanço de 9,4% em relação a julho, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira. Esse movimento reflete uma retomada da atividade de crédito no país, impulsionada por uma combinação de fatores como maior confiança dos agentes econômicos, redução gradual das taxas de juros e melhora das condições de mercado.

O estoque total de crédito no país também teve expansão, com alta de 1,1% no mês, alcançando o montante de R$ 5,524 trilhões. O número representa o volume total de recursos emprestados por instituições financeiras a famílias e empresas, considerando tanto operações com recursos livres quanto direcionados.

Dentre os destaques do mês, chama atenção o desempenho das operações com recursos direcionados — aquelas com regras definidas pelo governo, geralmente voltadas a setores como agricultura, habitação e infraestrutura. Nesse segmento, houve um expressivo crescimento de 29% em agosto, um salto que pode estar relacionado ao aumento da liberação de crédito agrícola e habitacional. Já o crédito com recursos livres, onde as condições são pactuadas entre bancos e clientes, cresceu 6,5%, demonstrando uma retomada mais moderada, porém contínua.

No que diz respeito à inadimplência, o cenário manteve-se estável no segmento de recursos livres, com o indicador permanecendo em 4,9% pelo terceiro mês consecutivo. Esse dado sinaliza uma possível estabilização do risco de crédito, embora ainda em um patamar elevado, exigindo atenção das instituições financeiras na concessão de novos empréstimos.

As taxas médias de juros bancários apresentaram ligeira queda em agosto. Nos recursos livres, a taxa média foi de 43,5% ao ano, representando uma redução de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior. Já no crédito direcionado, os juros médios recuaram na mesma proporção, ficando em 11,3% ao ano. Essas quedas, embora modestas, acompanham o ciclo recente de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.

O spread bancário — diferença entre o custo de captação dos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes — também apresentou leve recuo. No crédito com recursos livres, caiu de 32,5 para 32,3 pontos percentuais, refletindo uma ligeira melhora nas condições de crédito, ainda que os níveis permaneçam elevados.

O desempenho de agosto reforça a percepção de que o mercado de crédito brasileiro está começando a reagir, mesmo diante de um ambiente econômico ainda desafiador. A continuidade do movimento de queda nos juros, aliada ao controle da inadimplência, poderá sustentar esse crescimento nos próximos meses e estimular a atividade econômica.

 

(Por Camila Moreira)

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