Caixa se alinha ao setor imobiliário para solicitar mais crédito ao BC
Historicamente, o setor de construção tem clamado por alterações nas políticas relativas ao depósito compulsório bancário, visando dinamizar os financiamentos imobiliários.
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Em um desenvolvimento recente, a Caixa Econômica Federal tornou-se uma defensora desse movimento, submetendo tal sugestão ao Ministério da Fazenda.
A importância de trazer o Banco Central (BC) para o centro dessa conversa também foi enfatizada pela presidente da Caixa, Rita Serrano.
Durante uma conferência em São Paulo sob os auspícios da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), com a presença de uma vasta gama de profissionais do setor, Serrano declarou:
“É necessário repensar o compulsório. Propusemos liberar o compulsório desde que vinculado ao financiamento imobiliário.”
O Declínio no Financiamento Imobiliário e o Papel da Caderneta de Poupança
Historicamente, a caderneta de poupança tem sido a coluna vertebral dos empréstimos destinados à construção e compra de casas. No entanto, os tempos estão mudando, e o atual desafio é a diminuição dos recursos.
Serrano expressou sua preocupação, mencionando: “Já listei para o presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] a necessidade de repensar o produto poupança para que volte a ser atrativo.”
Ecoando o sentimento de Serrano, Luiz França, à frente da Abrainc, reconheceu que o apoio da Caixa é um grande impulso para essa causa.
Ele ressaltou que, de acordo com as diretrizes do Banco Central, 65% dos ativos da caderneta de poupança são canalizados para empréstimos imobiliários.
O restante é distribuído entre uma reserva de liquidez (20%) e uma parcela (15%) que os bancos podem utilizar à sua discrição.
Injetando Mais Fundos no Mercado Imobiliário
A proposta que atualmente está sob os holofotes sugere uma redução de 5% no compulsório, permitindo que essa quantia seja redirecionada para créditos imobiliários.
Tal medida tem o potencial de infundir um montante impressionante de R$ 38 bilhões no mercado. Este movimento tem o respaldo de várias entidades, incluindo Abrainc, Abecip, CBIC, entre outras.
Recentemente, os números revelaram uma imagem sombria. Em agosto, os empréstimos imobiliários caíram para R$ 13 bilhões, uma queda acentuada de 22% em relação ao ano anterior.
Adicionalmente, o período de janeiro a agosto testemunhou uma redução de 16%, somando R$ 100 bilhões. Em contraste, a caderneta de poupança viu mais retiradas do que depósitos, resultando em uma defasagem de R$ 80 bilhões.
O Progresso da Sugestão Frente ao Banco Central
Embora a proposta tenha sido apresentada ao BC em março, ela não encontrou apoio imediato, dado o foco em restringir a liquidez para combater a inflação.
No entanto, a maré está mudando, conforme ilustrado pelas palavras de França:
“Liberar o compulsório lá trás poderia até soar como uma medida esquisita. Agora não. O juro está caindo, estamos vendo um afrouxamento. E o dinheiro vai ser usado para financiar o mercado imobiliário, que movimenta a economia e gera emprego.”