Índice PCE americano revela redução inflacionária, mas previsões sobre o Federal Reserve são variadas
O aguardado indicador de inflação dos EUA, conhecido como PCE, foi anunciado na sexta-feira (29). Demonstrou um aumento de 0,1% em agosto, ficando abaixo das expectativas, que previam um crescimento de 0,2%.
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Este indicador é fundamental para a definição da política monetária norte-americana, sob a alçada do Federal Reserve.
Retrospecto Anual do PCE
Comparando-se ao mês de agosto do ano anterior, o índice apresentou uma alta de 3,9%, alinhando-se com as projeções do Refinitiv.
Repercussão no Mercado
Logo após o anúncio, o mercado financeiro de Nova York mostrou reações diversas. O S&P 500 e a Nasdaq experimentaram altas de 0,26% e 0,67%, respectivamente.
Em contrapartida, o Dow Jones apresentou uma ligeira queda de 0,06%. Quanto à moeda, o dólar comercial estava em declínio de 0,65%, e o índice dólar recuava 0,17%.
Perspectiva do Citi
Apesar de os números parecerem positivos, o banco Citi alertou sobre “riscos de uma aceleração substancial na inflação em 2024”.
O banco ressaltou que os números recentes não alteram sua visão sobre o cenário econômico nos EUA. “É improvável que dure o ‘caminho suave'”, disse o Citi, referindo-se à recente tendência de desaceleração inflacionária.
Visão do JPMorgan
O JPMorgan, ao avaliar o índice PCE, considerou-o alinhado às suas projeções, apesar de ligeiramente abaixo do consenso geral. O banco também destacou o aumento no consumo real em julho, antes da desaceleração em agosto.
Reações Futuras do Federal Reserve
O Citi, em análises anteriores, já tinha manifestado a possibilidade de elevações nas taxas de juros. Em sua visão, os dados atuais poderiam incentivar o Federal Reserve a continuar ajustando sua política.
Por outro lado, o Morgan Stanley acredita que o índice reflete uma tendência de desaceleração e assim deve permanecer.
Entretanto, após a última atualização, o banco estima que para alcançar as projeções do Fed, seriam necessários crescimentos mensais de 0,31%.
Opiniões de Especialistas
Várias vozes se manifestaram após a divulgação. Gustavo Sung, da Suno, acredita que os números atuais vão impactar de maneira positiva as decisões do Federal Reserve.
Claudia Rodrigues, do C6 Bank, destacou que a inflação de serviços ainda é persistente devido à atual situação do mercado de trabalho.
Danilo Igliori, da Nomad, acredita que outros fatores globais serão mais determinantes nas futuras decisões do Fed do que os dados recém-divulgados.
Hábitos de Consumo e Poupança
Mesmo com a diminuição dos gastos, houve um crescimento na renda. Segundo o Morgan Stanley, esse comportamento demonstra um consumidor mais cauteloso.
A taxa de poupança dos americanos tem apresentado declínio nos últimos três meses, em parte devido a impostos mais altos. A perspectiva é que essa taxa de poupança se estabilize à medida que a economia avança em um cenário de menos incertezas.