Dólar em Baixa e Taxas de Juro Americanas em Alta: Oportunidade de Investimento no Exterior?
A dinâmica cambial recente tem sido uma montanha-russa. Em 2023, o dólar desvalorizou 7,86% em relação ao real. No entanto, a recuperação de 0,3% no último dia 19 quebrou uma sequência de quedas.
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Jerome Powell: O foco dos Mercados
No epicentro das atenções está Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Seu discurso, programado para o dia 20, é esperado com grande expectativa. Qualquer movimentação do Fed pode causar impacto significativo no mercado cambial.
O Cenário dos Juros nos EUA
Os EUA têm atraído olhares globais devido às suas taxas de juro elevadas – as maiores em 15 anos, oscilando entre 5,25% e 5,50%.
Este cenário torna os investimentos na dívida dos EUA particularmente sedutores, pois são vistos como os mais seguros globalmente. O mercado está em alerta para qualquer decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
Riscos de Inflação e Títulos Americanos
Turbulências globais, como a inflação no Canadá e a alta do petróleo, alimentam temores de pressões inflacionárias.
Isso é evidente nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que subiram para patamares não vistos desde 2007.
O mercado, percebendo essa tendência, espera que os juros nos EUA permaneçam em alta por um período prolongado.
O Dilema Brasileiro: Juros e Diversificação
A dinâmica de juros não se limita aos EUA. No Brasil, espera-se um corte de 0,5% na Selic, levando-a para 13,25%. Rodrigo Sgavioli, da XP, sugere que os investidores se concentrem menos na taxa de câmbio e mais no diferencial de juros entre os dois países. Ele destaca que o risco cambial pode até ser mitigado através de hedges.
O Fenômeno Carry Trade
Uma prática popular entre investidores tem sido o “carry trade”, que envolve pegar dinheiro emprestado em países com taxas mais baixas (como os EUA) e investir em países com taxas mais altas (como o Brasil).
Porém, com a diminuição do diferencial de juros entre os dois países, essa estratégia pode se tornar menos atraente.
A Balança da Força Monetária
O índice DXY, indicador da força do dólar, teve uma leve queda recentemente. No entanto, fundos de hedge nos EUA mostram uma inclinação à compra de dólares, indicando expectativas de fortalecimento da moeda americana.
A perspectiva é que, se os EUA enfrentarem uma recessão, o dólar se fortaleça ainda mais, já que é considerado um refúgio seguro.
Brasil: Fatores de Resiliência
Por outro lado, o real brasileiro tem se beneficiado de um balanço comercial positivo. A alta das commodities, particularmente do petróleo, tem sido uma força propulsora, atraindo capital estrangeiro. A economia chinesa, o principal parceiro comercial do Brasil, também mostra sinais positivos.
Projeções Futuras para o Dólar
Uma pesquisa recente da XP com gestoras de fundos mostrou que a expectativa mediana para o dólar ao final do ano é de R$ 5.
No entanto, 55% dos gestores que recomendam posições em dólar esperam uma desvalorização da moeda. É uma queda em relação aos 75% que previam o mesmo em junho.