Arrecadação extra do Orçamento gera dúvidas entre economistas de mercado

O mercado financeiro tem expressado sérias dúvidas sobre a viabilidade das metas fiscais do governo, especialmente em relação à promessa de eliminar o déficit primário até 2024.

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Arrecadação extra do Orçamento gera dúvidas entre economistas de mercado. (Foto: reprodução/internet)

A projeção ambiciosa de um acréscimo de R$ 168 bilhões em receitas, conforme apresentado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), intensifica essas preocupações.

Muitos analistas e investidores questionam se tais estimativas são realistas, dada a atual conjuntura econômica e os desafios políticos envolvidos.

Analistas questionam a precisão das estimativas do Ministério da Fazenda e do Planejamento, pois muitos dos valores dependem de árduas negociações políticas.

As Perspectivas de Especialistas

Jeferson Bittencourt da ASA Investments destaca que a proposta de R$ 168 bilhões já mostra o quão distantes estão as receitas esperadas das despesas.

Ele menciona que é altamente improvável um ajuste significativo na despesa, e questiona a viabilidade do pacote de medidas, apontando para possíveis empecilhos na aprovação do Congresso.

O exemplo mais notório é a expectativa de R$ 96,7 bilhões provenientes de renegociações, como “Carf”, uma cifra que supera os montantes arrecadados em programas anteriores.

Claudia Moreno, do C6 Bank, também expressa suas reservas. Ela enfatiza que muitas das medidas de arrecadação propostas ainda não receberam a luz verde do Congresso.

As projeções do C6 Bank são menos otimistas, prevendo um déficit primário de cerca de 1% em 2023, com possíveis melhorias em 2024.

Visão da XP Investimentos

Arrecadação extra do Orçamento gera dúvidas entre economistas de mercado. (Foto: reprodução/internet)

A análise da XP Investimentos revela que o montante mais realista de arrecadação seria em torno de R$ 85 bilhões. Eles apontam incertezas, como a questão do voto de qualidade do “Carf”.

Outras medidas, como a tributação de fundos exclusivos, podem enfrentar resistência e diluição durante a tramitação no Congresso.

A XP alerta sobre a dependência excessiva em estimativas vagas e destaca que, para atingir a meta de déficit zero, várias coisas precisam alinhar-se.

Questionando as Projeções

Ricardo Jorge, da Quantzed, ecoa o sentimento de ceticismo. Ele descreve as estimativas do PLOA como rasas, especialmente ao mencionar questões como “JCP”, “ICMS” e “Carf”.

A necessidade de aumentar as receitas, sem reduzir os gastos, cria um dilema que impacta a sociedade e empresas.

Danilo Igliori da Nomad lembra que as projeções recentes superam os números anteriores e questiona a dependência excessiva no aumento de receitas. Ele destaca que várias variáveis, fora do controle do governo, influenciam a arrecadação.

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