Sistema Elétrico Brasileiro em Colapso após Longo Apagão
Na manhã da última terça-feira (15/8), o Brasil enfrentou uma interrupção drástica no fornecimento de energia, perturbando a vida cotidiana em 25 estados e no Distrito Federal.
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Este desligamento, que se estendeu por aproximadamente seis horas, teve seu início registrado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) às 8h31m. O único estado não impactado foi Roraima, devido à sua desconexão com o sistema nacional.
Origens e Especificidades da Interrupção
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apontou para uma sobrecarga em uma linha de transmissão no Ceará, e outra potencialmente na Subestação Xingu (PA) perto da Usina de Belo Monte, como as causas prováveis.
Rumores de mercado indicaram a Chesf, uma subsidiária da Eletrobras, como possivelmente ligada à linha com falhas no Ceará. A interrupção foi especialmente severa em estados do Norte e Nordeste, como Alagoas, Amapá, Amazonas, entre outros. Em suas palavras, o Ministro explicou:
“Foi um fato que causou a interrupção na Região Norte e Nordeste e, por uma contingência planejada, o ONS minimizou a carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, para que não houvesse a interrupção total dessas regiões”.
Palavras do Ministério sobre a Interrupção
Silveira enfatizou a natureza atípica do apagão, afirmando que foi um “evento extremamente raro”. Ele disse:
“Para acontecer um evento dessa magnitude, nós temos que ter tido dois eventos concomitantes em linhas de transmissão de alta capacidade, ou seja, é extremamente raro que aconteça o que aconteceu hoje”.
Adicionalmente, ele garantiu que o incidente não está relacionado com a segurança energética do país.
Rumo às Investigações
O Ministro manifestou preocupações sobre possíveis sabotagens ou falhas humanas associadas ao incidente.
“Estou oficiando ao Ministério da Justiça para que seja encaminhado à Polícia Federal um pedido de instalação de inquérito policial para apurar em detalhes o que pode ter ocorrido”, destacou Silveira.
Opiniões de Especialistas
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) descreveu a situação como um “evento de grande porte”. Roberto D’Araújo, um renomado engenheiro elétrico, ponderou sobre as causas:
“Pode ser evento atmosférico, falta de manutenção de algum transformador, nenhuma possibilidade é descartada”. Ele também chamou a atenção para o papel da energia eólica na demora do restabelecimento da energia.
Consequências e Ações Legais
Os efeitos do apagão variaram desde a falta de água até interrupções em procedimentos médicos. Diante dos danos, especialistas afirmam que os consumidores podem reivindicar compensações.
“O caso do apagão de Macapá é um exemplo no qual houve a propositura de inúmeras ações judiciais nesse sentido”, observou Joaquim Augusto Melo de Queiroz, advogado. Empresas também podem recorrer ao judiciário em busca de compensações por perdas significativas.