Equipe de Comunicações de Bolsonaro Elaborou Pronunciamento de Derrota, que Fica Esquecido
Detalhes recentemente revelados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de Janeiro indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal) tinha à sua disposição um discurso pronto para reconhecer a derrota após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores) nas eleições de Outubro no ano anterior. No entanto, o discurso não foi proferido, conforme noticiado pelo jornal O Globo em sua edição de terça-feira (8).
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O Discurso Não Declarado
No discurso que nunca chegou a ser lido, podia-se ler: “Eu sempre disse que o Brasil está acima de tudo e Deus acima de todos, e que daria minha vida pelo Brasil. Por esse motivo não contestarei o resultado das eleições”
Segundo o jornal, o ex-ministro das Comunicações, Fabio Faria, elaborou o texto e o encaminhou a um dos auxiliares de Bolsonaro, identificado como Daniel Lopes de Luccas, com cópia para o ex-ministro das Relações Exteriores, Carlos França.
Análise Antecipada e Silêncio
De acordo com a reportagem, o documento foi revisado previamente por membros de alto escalão do governo. A assessoria de Fabio Faria confirmou o envio do e-mail ao auxiliar de confiança de Bolsonaro, com a intenção de que o discurso fosse impresso e entregue ao então presidente. No entanto, não foi esclarecido por que Bolsonaro optou por não proferir o discurso publicamente.
Conteúdo Crítico e Reações
O discurso não expresso, embora reconhecendo a derrota, continha críticas à atuação dos institutos de pesquisa e ações judiciais que impactaram perfis com inclinações políticas de direita durante a campanha eleitoral.
Nesse período, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) temporariamente suspendeu a monetização de canais como Brasil Paralelo, Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News no YouTube, devido à disseminação de informações sabidamente falsas visando prejudicar a candidatura de Lula.
Recusa ao Reconhecimento
Após a divulgação do resultado eleitoral e sua derrota nas urnas, Bolsonaro não reconheceu a vitória de seu opositor. Em 1º de Novembro, em um discurso no Palácio da Alvorada, agradeceu pelos 58 milhões de votos, mas omitiu referências a Lula.
Nesse mesmo contexto, o então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas), comunicou sua autorização para iniciar o processo de transição, baseado em requisitos legais.
Aceitação Além-Fronteiras
Em contraponto à postura de Bolsonaro, aliados como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo eleito pelo Republicanos no mesmo pleito, e Arthur Lira, reeleito presidente da Câmara dos Deputados (Progressistas-Alagoas), prontamente reconheceram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva após o TSE oficializar o resultado.
Além disso, líderes internacionais como o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente dos EUA, Joe Biden, também reconheceram a vitória de Lula.