O mercado de ações está em alta e o dólar está em queda após notícias positivas sobre o setor bancário nos Estados Unidos e na Europa
Nesta segunda-feira (27), a Bolsa brasileira iniciou a tarde em alta e o dólar comercial à vista apresentou queda, impulsionados por notícias positivas vindas do exterior, principalmente em relação ao setor bancário nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, o relatório Focus do Banco Central, que apresentou uma redução na projeção média para a inflação de 2023 pelos economistas, também influenciou o mercado. As taxas de juros apresentaram quedas moderadas em diversos vencimentos.
Anúncios
Nos Estados Unidos, o banco First Citizens anunciou que adquirirá os depósitos e empréstimos do Silicon Valley Bank, bem como alguns outros ativos da Corporação Federal de Seguros de Depósitos (FDIC), entidade que garante depósitos de clientes dos bancos no país.
Em um comunicado separado, o FDIC afirmou que recebeu direitos sobre potencial valorização das ações do First Citizens, que podem chegar a US$ 500 milhões como parte do acordo. Além disso, as autoridades americanas estão considerando fornecer um auxílio adicional ao First Republic Bank, outro banco que enfrenta dificuldades devido a uma corrida dos clientes para retirar recursos.
Na Europa, Mario Centeno, membro do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco de Portugal, anunciou que a autoridade monetária europeia considerará a situação do sistema financeiro em suas próximas decisões sobre juros. Na Bolsa de Frankfurt, a ação do Deutsche Bank teve uma recuperação parcial, subindo mais de 6% após a queda de 8% da última sexta-feira.
Em Nova York, os índices apresentam movimentos mistos, com as empresas de tecnologia devolvendo parte dos ganhos da semana passada. Às 13h10 (horário de Brasília), o Dow Jones tinha avançado 0,49% e o S&P 500 subia 0,08%, enquanto o índice Nasdaq operava em baixa de 0,65%.
Na Europa, os principais índices fecharam em alta, com o Euro Stoxx 50 encerrando com um avanço de 0,82%. O FTSE 100 de Londres e o CAC 40 de Paris subiram 0,90%, enquanto o índice DAX de Frankfurt fechou com alta de 1,14%.
No noticiário local, destaque para o Boletim Focus, no qual economistas esperam que o IPCA suba 5,93% em 2023, uma redução em relação à taxa de 5,95% estimada na semana anterior. Esta foi a segunda revisão para baixo da projeção para a inflação, após uma leitura estável no início de março, que seguiu uma longa sequência de altas.
Para o decorrer da semana, boa parte das atenções dos investidores estará voltada para o Banco Central. Nesta terça-feira (28), será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que terminou na última quarta-feira (22). A expectativa dos analistas é pelo tom do documento, já que o comunicado divulgado logo após a decisão de manter os juros em 13,75% ao ano foi considerado mais duro do que o esperado. A Mirae Asset espera que haja alguma menção às novas regras fiscais.
O JPMorgan emitiu um relatório aos clientes afirmando que o novo arcabouço fiscal é fundamental para o desempenho do Ibovespa no restante do ano.
O banco americano permanece cauteloso em relação ao potencial do mercado brasileiro, especialmente devido aos altos juros que provavelmente afetarão a lucratividade das empresas. O conteúdo das novas regras fiscais, que devem ser divulgadas no início de abril ou antes, com o cancelamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, pode mudar esse cenário.
Apesar dessas ressalvas, o JPMorgan continua recomendando a compra de ações brasileiras. “Sabemos que a expectativa por uma recuperação vem se repetindo nas últimas semanas. Para nós, o novo arcabouço fiscal é a informação pendente para termos um cenário mais claro”, diz o banco. No entanto, tecnicamente, os preços atuais das ações sugerem um potencial de alta.